12 mai, 2023 - 14:03 • Teresa Paula Costa
A subregião da Proteção Civil do Médio Tejo manifestou nesta sexta-feira que não vai ser fácil gerir todas as situações que se poderão colocar em agosto, quando o Papa Francisco visitar Fátima, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Numa conferência de imprensa para apresentar o dispositivo preparado para a peregrinação de maio, o comandante David Lobato alertou que, “se calhar, agora falamos em 500 mil pessoas e quando tivermos cá o Papa falamos de um milhão ou mais”.
Por outro lado, “podemos ter aqui uma tempestade perfeita”. É que agosto é mês de incêndios, por isso, o dispositivo de combate aos fogos estará no seu “máximo potencial”, o que obrigará a uma rigorosa gestão dos meios. Por fim, adianta o responsável, acrescenta-se a presença de milhares de emigrantes, o que eleva o risco da ocorrência de acidentes rodoviários.
Tendo em conta estas situações, “vamos ter de fazer uma operação muito parecida com esta [da peregrinação internacional de maio], mas, se calhar, com muitos mais meios”, afirmou o comandante.
Segundo David Lobato, “estamos aqui a testar algumas valências, alguns meios e alguma tipologia diferente do que temos na normalidade”. Apesar da experiência das grandes peregrinações, “uma visita papal não acontece todos os anos”.
Em Fátima, o dispositivo de prevenção nestes dias 12 e 13 de maio é composto por 350 elementos da Proteção Civil, bombeiros, INEM e Corpo Nacional de Escutas, que têm o apoio de 90 veículos, como ambulâncias, combate a incêndios, motos e scooters.
Dado que os peregrinos a pé vêm a Fátima já com apoio, o que lhes permite fazer os tratamentos atempadamente, as maiores atenções da Proteção Civil vão para o que pode acontecer numa grande concentração de pessoas.
“Aquilo que nos preocupa é o evento de ‘massas’: termos uma Cova da Iria com 300 mil pessoas e, à volta dessa Cova da Iria termos mais 200 ou 300 mil pessoas, e a população de Fátima”, adiantou o comandante. A estes números, juntam-se os peregrinos que estão alojados nas unidades hoteleiras, já lotadas, e a probabilidade de ocorrência de emergências, como um incêndio.
A julgar pelo número de peregrinos que já se encontram em Fátima e pela constante chegada de mais peregrinos a pé, esta será uma típica concorrida peregrinação de maio.
Também o número de grupos estrangeiros que comunicaram a sua participação nas celebrações aumentou este ano, comparativamente com maio de 2022. Até este momento, e segundo informação da reitoria, anunciaram a sua presença 143 grupos, sendo 75 deles de Portugal.
O maior grupo, com 300 peregrinos a pé, vem de Travanca, Amarante, na diocese do Porto.
Quanto aos grupos estrangeiros, predominam os de Itália, França, Alemanha e Brasil.
Em maio do ano passado, inscreveram-se para a peregrinação a Fátima 124 grupos de 20 países.