12 mai, 2023 - 08:18 • Teresa Almeida , Daniela Espírito Santo Redação
Os partos normais, considerados de baixo risco, vão deixar de ser feitos por médicos obstetras ou ginecologistas. Passam a poder ser totalmente assegurados por enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica.
A regra consta de uma norma da Direção Geral da Saúde, que é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias. A intervenção do médico obstetra ficará reservada para partos mais complexos.
O objetivo é rentabilizar recursos humanos numa altura de grande carência de obstetras, anestesistas e pediatras no Serviço Nacional de Saúde.
Para o diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, só faltava a norma, uma vez que, como confirma Diogo Ayres-de-Campos à Renascença, tal já acontece "em alguns hospitais nacionais" e é comum "na maioria dos países europeus". "Já estava implementada, mas era necessário harmonizar os procedimentos durante o trabalho de parto em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde", adianta. "Esta norma o que faz é trazer as melhores práticas clínicas, baseadas na evidência científica", defende.
A intervenção do médico obstetra fica, assim, reservada para partos mais complexos. O objetivo é rentabilizar recursos humanos. Diogo Ayres Campos diz que não há cenário de risco "de maneira nenhuma".
"Acho que, neste momento, até precisamos de alguma atualização daquilo que eram as práticas durante o trabalho de parto e precisamos, sobretudo, que o cumprimentos desses procedimentos fosse generalizado ao país inteiro", refere, à Renascença, Diogo Ayres-de-Campos, que coordenou a Comissão de acompanhamento de resposta em urgência de Ginecologia, Obstetrícia e bloco de partos.
[notícia atualizada às 11h32 de 12 de maio de 2023]