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"Falta ambição política"

Portugal sem estratégia de integração de deficientes, alerta investigador

18 mai, 2023 - 12:09 • André Rodrigues

Luís Capucha, professor no ISCTE, dá como exemplo o apoio à vida independente que prevê que as pessoas com incapacidade possam ter um assistente pessoal. Medida abrange pouco mais de mil beneficiários e o seu alargamento depende de "mais ambição política".

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Portugal não tem uma estratégia eficaz para promover a integração das pessoas com deficiência, alerta o sociólogo Luís Capucha, em declarações à Renascença.

Em causa está a dificuldade na expansão da medida de apoio à vida independente, que permite que os portadores de incapacidade possam beneficiar da ajuda de assistentes pessoais para as tarefas do dia a dia que não são capazes de desempenhar.

"Atualmente, serão mil e poucas pessoas a beneficiar desta medida, por isso estamos a falar de um universo ainda bastante reduzido", uma vez que "há muita gente que também desconhece a existência destes assistentes pessoais".

No dia em que o ISCTE inaugura o Núcleo de Estudos da Deficiência em Portugal, Luís Capucha, professor naquele instituto, lembra que esta medida "continua a ser financiada, essencialmente, por fundos estruturais", logo, "não tem garantia de continuidade para além desses fundos estruturais".

O que significa, acrescenta o docente, que "não há, neste momento, no horizonte nenhuma ameaça que ela venha acabar no curto ou no médio prazo para as pessoas que já beneficiam desta medida".

Contudo, a expansão da medida para um universo mais alargado de beneficiários pode ser mais difícil, mas tudo depende da "ambição política" dos decisores para "ultrapassar vários obstáculos".

"Um deles é a demonstração de que custa mais à sociedade colocar pessoas com deficiência num centro de atividades ocupacionais, do que pô-las ativas e em condições de trabalhar", exemplifica.

"KIT Direitos Humanos". Uma espécie de 'Monopólio com Jogo da Glória' pela inclusão

A partir de hoje, as escolas do ensino básico e secundário vão receber o "KIT Direitos Humanos", um jogo de tabuleiro com o objetivo de estimular a inclusão e os direitos humanos das pessoas com deficiência e com autismo.

O projeto desenvolvido em conjunto por investigadores do ISCTE e pela associação Inovar Autismo teve uma fase piloto em escolas nos concelhos de Almada, Barreiro e Palmela.

"É uma espécie de Monopólio misturado com Jogo da Glória em que os jogadores avançam em função das respostas certas que vão dando em matéria de inclusão e de direitos humanos das pessoas com incapacidade", explica Luís Capucha.

Por outro lado, "queremos que os jovens com deficiência se sintam capacitados para serem mais autónomos e para terem uma melhor perceção de si próprios".

O investigador identifica na sociedade portuguesa "um défice considerável em relação à inclusão das pessoas com deficiência", que acaba por se traduzir em "baixas habilitações, desemprego elevado que acabam por ter como consequência a sua institucionalização".

Comentários
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  • Anastácio José Marti
    18 mai, 2023 Lisboa 12:20
    Nunca este país respeitou os DEFICIENTES nem os seus legítimos direitos, apesar de ter subscrito a Declaração Universal dos Direitos Humanos da qual faz letra morta, pois se assim não fosse, como compreender, justificar e aceitar que ninguém neste país, alguma responsabilidade tenha assumido para com um funcionário público DEFICIENTE, LICENCIADO, que continua, ainda hoje a ser impedido ilegal, imoral e desumanamente de ingressar na carreira de Técnico Superior pelos que assim o fingem dirigir, o que sendo do conhecimento do Governo, Provedoria de Justiça, Presidente da Repúblicas, APAV, Sindicatos, etc, todos e cada um optaram pela cumplicidade e conivência tais os compadrios políticos reinantes para mal dos DEFICIENTES em Portugal que continuam entregues aos bichos e a si próprios pois nunca tiveram nada nem ninguém em quem se apoiarem, num país cujas suas autoridades assim fingem darem-se ao respeito, como e em quem podem estes concidadãos confiarem para verem os seus legítimos direitos como o da realização profissional respeitados e feitos respeitar se após três décadas nesta situação, além da de buylling profissional de que é igualmente vítima, todos fecham os olhos e ninguém assume seja que responsabilidade for como se fosse para assim fingirem agir que há Associação de Solidariedade Social tais como APD, APAV, etc sem esquecer uma Provedoria de Justiça inerte e inoperante que apenas procura manter os tachos as panelas e as frigideiras das asiladas e parasitas politicas.

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