02 jun, 2023 - 16:02 • Tomás Anjinho Chagas
A Guarda Nacional Republicana vai ter perto de 2700 militares a trabalhar no dia de "maior pressão" da Jornada Mundial da Juventude. Esse dia é 5 de agosto, em que o Papa Francisco vai a Fátima. A informação foi avançada na tarde desta sexta-feira pelo Comandante General da GNR, Tenente General José Santos Correia, durante uma visita à sede da JMJ, no Beato, em Lisboa.
"Num dos dias de maior esforço, teremos cerca de 2600 militares para a operação de Fátima", revela o militar. Este número não estará apenas na zona de Fátima.
Os trabalhos da GNR específicos para a JMJ decorrem entre dia 22 de julho e o dia 9 de agosto. Para conseguir atingir este dispositivo, a GNR teve de diminuir o "limite máximo de militares" que podem tirar férias nessa altura, o que acrescentou 3 mil pessoas disponíveis para trabalhar durante esse período- além do que seria normal.
"Há muitos sacrifícios que têm de ser feitos, os militares estão habituados a esses sacrifícios", garante o Comandante General da GNR, que acredita que esta é uma "missão que muito nos honra" e diz ter "orgulho" em estar envolvido na organização do evento que vai trazer novamente o Papa Francisco a Portugal.
José Santos Correia fala numa missão que foi "organizada de forma discreta" durante quase um ano, e sublinha que há várias áreas de atuação que estão entregues à GNR: controlo das fronteiras, segurança das pessoas (nas zonas de maior pressão que não estejam a cargo da PSP), e fiscalização das estradas portuguesas.
"Essas pessoas vão entrar, na maioria por via terrestre. A maioria das pessoas vai entrar por aí", insiste o Tenente General da GNR, que sublinha a necessidade de haver uma grande mobilização para que as fronteiras sejam controladas. Mas serão todas? Não. O controlo será "seletivo", revelou o Comandante General aos jornalistas, sem explicar como é que será feito esse controlo. "Não sabemos os critérios de controlo que estão definidos, aguardamos a decisão do Governo".
A Jornada Mundial da Juventude decorre entre 1 e 6 de agosto, altura que, em anos normais, é marcada pelos festivais de verão, pela vinda massiva de turistas, pelo regresso de migrantes de férias. Nessa época, o país atravessa um dos picos de perigo de incêndio rural. No entanto, a GNR promete que essa área não vai ficar para trás.
"Teremos meios que estão alocados, e que vão continuar a estar. Não vão ser desviados para esta edição da JMJ", assegura o Tenente General José Santos Correia.
Além do esforço dos militares da GNR que não vão tirar férias na altura da Jornada Mundial da Juventude, Portugal está a tentar obter um reforço de guardas vindos de países onde já decorreram outras edições da JMJ. "Militares de forças congéneres que nos apoiam em várias vertentes. Estamos a contar com militares vindos de Espanha, França e Itália", revela, sem quantificar esses apoios.