07 jun, 2023 - 23:12 • João Mira Godinho
A escolha do concelho de Albufeira para a construção da futura central de dessalinização de água do mar no Algarve “é mais dispendiosa do que a outra solução, mas o impacto ambiental é inferior”, disse, esta quarta-feira, António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
O também presidente da Câmara de Olhão explicou à Renascença que a outra localização pensada - Alvor, concelho de Portimão - “era numa zona sensível”.
O anúncio foi feito por Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e Ação Climática, no Parlamento, num debate sobre a água, pedido pelo PSD.
O governante justificou a escolha pelos “estudos realizados pela Águas de Portugal e que serão entegues para a avaliação de impacte ambiental”.
A encarecer os custos estão fatores como o local de “tomada de água e a proximidade com a rede de distribuição”, referiu António Pina, acrescentando que ainda não é possível determinar o custo total da obra.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática admite (...)
“Nesta fase temos uma ideia, na ordem dos 50 milhões, mas é preciso acabar o projeto, até porque, nos últimos dois anos, os custos aumentaram significativamente”, continua.
O autarca, contudo, está confiante que a água da dessalinizadora – que será destinada exclusivamente ao consumo humano - não será mais cara para os consumidores: “Não é expectável que exista grande aumento, até porque a construção vai ser financiada a 100%“.
A dessalinizadora está incluída entre as obras a concretizar no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Inicialmente estava previsto que tivesse uma capacidade de produção de 8 hectómetros de água por ano mas o projeto foi entretanto alterado e a capacidade aumentada para 24 hectómetros/ano.
Um volume que representa cerca de um terço da água consumida anualmente no Algarve, nas redes de abastecimento dos 16 municípios, revela o presidente da AMAL.
Ainda no Parlamento, Duarte Cordeiro avançou que o Governo quer lançar o concurso para a dessalinizadora até ao final deste ano. António Pina espera que a obra esteja concretizada no espaço de 3 anos, quando termina o PRR.