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"Isto é um problema do país". Sindicato de jogadores confirma denuncia sobre situações de abandono

11 jun, 2023 - 17:35 • João Cunha , Maria Costa Lopes

O presidente do sindicato acusa o "fenómeno desportivo" de fechar os olhos "aos direitos humanos"

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O sindicato de jogadores confirmou, à Renascença, a denuncia da presidente da Confederação de Ação sobre Trabalho Infantil, sobre jovens futebolistas deixados ao abandono.

Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, sublinha que é ao nível de campeonatos distritais e de competições inferiores que há esses casos.

"O movimento associativo e os dirigentes de futebol deveriam ter uma responsabilidade acrescida", diz Joaquim, acrescentando que esses dirigentes desportivos geralmente "estão envolvidos" nas situações.

O presidente do sindicato acusa o "fenómeno desportivo" de fechar os olhos "aos direitos humanos" e adianta que as redes criminosas se aproveitam da situação.

Joaquim Evangelista diz que o Sindicato de Jogadores já ajudou dezenas destes jovens a regressar aos seus países de origens.


"Procuramos fazer com que os jogadores voltem ao seu país de forma segura, para isso pagamos estadia, alimentação e viagem de regresso", explica.

Joaquim diz que continuará a fazer "tudo o possível para ajudar os jogadores", mas os custos começam a ser demasiado pesados para o organismo.

"Tivemos necessidade de interpelar as autoridades", diz o sindicalista, justificando que este é um "problema do país".

Este comentário veio na sequência da entrevista da presidente da Confederação Nacional de Ação sobre o Trabalho Infantil (CNASTI) à Renascença e à Agência Ecclesia, em véspera do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Fátima Pinto pede que se investigue este tipo de situações porque, "muitas vezes, vemos famílias que estão em situação ilegal" e que “estão relacionadas com o fenómeno de abandono desses jovens jogadores”.

Fátima Pinto denuncia a existência de situações de abandono por parte de "praticamente todos os principais clubes" portugueses de jovens futebolistas estrangeiros, sobretudo dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A responsável refere, em tom crítico, que “há situações de trabalho infantil que as pessoas aceitam bem, nomeadamente o trabalho artístico, o trabalho infantil na moda, o trabalho infantil e a exploração no desporto”.

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