14 jun, 2023 - 10:47 • Henrique Cunha
A presidente da Confederação Nacional de Ação sobre o Trabalho Infantil (CNASTI), Fátima Pinto, diz que "não imaginava" a dimensão que adquire o fenómeno do tráfico de seres humanos no universo do futebol jovem.
"Não imaginava", diz Fátima Pinto à Renascença, depois de tomar conhecimento do caso agora revelado em Riba d'Ave, onde, aparentemente, nos deparamos com “tráfico organizado de crianças”.
Depois de ter denunciado, em entrevista à Renascença e à Agência Ecclesia, a existência de más práticas de clubes no acolhimento de jovens futebolistas, Fátima Pinto destaca “a coincidência” da sua intervenção com o caso agora revelado de uma academia de futebol em Riba d'Ave.
“Foi, de facto, uma feliz coincidência de acontecer exatamente por altura da data em que se assinala o combate infantil a nível mundial. O que há a reter de tudo isto é a importância de todos contribuamos para que haja um efetivo combate às situações de exploração de crianças. Isso faz-se através da denúncia das situações que conhecemos”, diz a presidente da CNASTI.
Fátima Pinto entende que no caso de Riba D'Ave a investigação só terá avançado porque houve uma denúncia: "Crianças escondidas numa aldeia é uma situação difícil de se detetar e o SEF foi capaz de lá chegar porque, certamente, alguém que alertou para as circunstâncias."
"Não é admissível que em tempos como os de hoje haja alguém que procure beneficiar com as vidas de centenas de crianças”, reforça.