22 jun, 2023 - 16:01 • Redação
“A cultura está demasiado estatizada e é necessário coragem política para desenvolver o setor em Portugal”. Quem o defende é Álvaro Covões, diretor da promotora de espetáculos “Everything is New”.
“A cultura está muito estatizada, se nós pensarmos que os equipamentos culturais entre salas de espetáculos e museus, mais de 90 % são públicos. Isto significa que ainda não há uma economia cultural com muita relevância, com muita força. Mas se os hábitos culturais são os que são, então se calhar temos de ter uma parceria muito maior entre os privados e os públicos e conseguir transformar isso numa verdadeira economia”, diz, numa entrevista durante a emissão "Sem Olhar A Quem", da RFM.
O promotor defende que o acesso à cultura gratuitamente “não resolve os problemas” existentes, defendendo ser "mais importante dar o dinheiro às pessoas que não têm poder de compra para aceder à cultura e eles terem a liberdade de escolher a cultura a que querem usufruir”.
Na entrevista, Alvaro Covões sublinhou que, quando se fala em cultura, Portugal continua muito atrás dos restantes países europeus. A culpa diz ser “das politicas que têm sido tomadas”.
“Acho que as políticas culturais em Portugal dos últimos quarenta anos falharam completamente, por isso é que os hábitos culturais são os mais baixos da Europa. Portanto, se nós formos descendo de patamares significa que as políticas falharam, e tem que haver coragem política pra mudar as políticas e tomar outro rumo”, remata.