23 jun, 2023 - 17:08 • Lusa
A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira um voto de pesar pela morte do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, com votos contra de PCP, BE e PAN.
"A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Silvio Berlusconi, transmitindo ao povo italiano e aos seus familiares e amigos as suas condolências", lê-se no texto, que apenas foi lido na parte deliberativa em plenário.
O voto, apresentado pelo Chega, contou com votos a favor das bancadas do PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal, o voto contra de PCP, BE e PAN e a abstenção do Livre e de oito deputados socialistas: Paulo Pisco, Maria João Castro, Rosário Gambôa, Porfírio Silva, João Paulo Rebelo, Alexandra Leitão, Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves.
No final da votação, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, anunciou a entrega de uma declaração de voto.
O texto lembra o percurso do antigo primeiro-ministro italiano e aponta que Silvio Berlusconi deu "um contributo decisivo para a defesa da democracia em Itália e na Europa".
"Silvio Berlusconi foi um dos estadistas mais marcantes da história recente. De uma irreverência inconfundível, marcou de forma profunda a vida política de Itália e da Europa, tendo mesmo sido o grande obreiro por recolocar a democracia-cristã na cena política", acrescenta o voto.
O antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi morreu em 12 de junho, aos 86 anos, num hospital em Milão.
Nascido a 29 de setembro de 1936, era filho de um bancário milanês e estudou direito na Universidade de Milão.
Apelidado de "o imortal" pela longevidade na política, Berlusconi governou a Itália durante nove anos, em três ocasiões entre 1994 e 2011.
Silvio Berlusconi fundou e liderou o partido Forza Itália, mas foi também magnata da comunicação social e presidente do clube AC Milan.
Berlusconi foi uma figura polémica e os nove anos como primeiro-ministro de Itália foram marcados por acusações de corrupção e escândalos sexuais que culminariam na sua expulsão do Senado, em 2014.
Nove anos depois, aos 86 anos, o multimilionário, empresário e político conservador italiano estava de volta à cena política italiana como senador e líder do partido que fundou, Força Itália, membro da coligação de direita e extrema-direita atualmente no poder - o primeiro Governo do país liderado por uma mulher de extrema-direita, a primeira-ministra Giorgia Meloni -, embora não ocupando qualquer cargo governamental.
Entre julho de 2019 e outubro de 2022, ainda passou pelo Parlamento Europeu, de que foi o mais velho deputado, como membro do grupo do Partido Popular Europeu (PPE, democratas-cristãos).