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Jornada Mundial da Juventude

Plano de saúde JMJ. Meios de socorro reforçados em julho

29 jun, 2023 - 14:45 • Anabela Góis

Responsável pelo plano de saúde para o evento religioso explica à Renascença como vai funcionar e quantos meios serão empenhados. "Há uma gestão criteriosa na alocação de meios, para que os serviços mínimos sejam garantidos", assegura António Marques.

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O plano de resposta em saúde para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai cobrir o período de 1 de junho a 1 de setembro, prevendo três fases de acionamento de meios. Depois de já ter arrancado no nível verde, passará a amarelo entre 1 e 7 de agosto, subindo ao nível laranja a meio da semana do evento religioso. O nível vermelho está previsto apenas para a eventualidade de uma catástrofe.

Em entrevista à Renascença esta quinta-feira, o presidente da comissão que elaborou o plano de saúde para o evento que vai trazer o Papa a Portugal diz que está tudo a correr como previsto.

"A primeira fase (verde) vai de um de junho a um de setembro, afeta o período antes e depois da Jornada, em que há mais gente em Portugal e por isso é preciso adaptar os meios do Sistema Integrado de Emergência Médica”, adianta António Marques. Neste momento, explica, "já estamos com um reforço de 74 ambulâncias desde 1 de junho e no próximo dia 1 de julho teremos mais 102 meios adicionais."

António Marques recusa precisar quantos profissionais estarão envolvidos no evento, que vai acontecer na primeira semana de agosto. Limita-se a dizer que "são várias centenas de profissionais e de voluntários" e garante que "há uma gestão criteriosa na alocação de meios, para que os serviços mínimos sejam garantidos, tanto na área hospitalar como pré-hospitalar, de forma a que aquilo que está a ser mobilizado seja um acréscimo e não ponha em causa os serviços mínimos".

Isto porque, adianta, é exigida uma "grande capacidade de gestão por parte das entidades de onde esses profissionais são originários, e uma boa dose de disponibilidade dos profissionais que participarão enquanto voluntários".

Por razões de segurança, há uma parte do plano de resposta em saúde que não será divulgado antecipadamente. É o caso dos chamados hospitais de campanha: serão dois e a sua localização só será conhecida quando forem instalados, o que vai acontecer na fase mais crítica, já em agosto.

Plano de saúde por fases

Na fase amarela (1 a 7 agosto) vão ser ativados, pelo menos, "10 postos médicos com suporte avançado de vida, mas este é um número em evolução, no final poderão ser mais", adianta António Marques, a juntar aos 75 postos de suporte básico de vida com equipas móveis "com capacidade de irem ao terreno".

De acordo com o plano, os meios de socorro são geridos pelo INEM, em estreita articulação com a Proteção Civil (ANEPC), que conta com a colaboração da Cruz Vermelha Portuguesa e dos Bombeiros.

Em paralelo, lembra António Marques, “há outra componente que é da responsabilidade direta da Jornada Mundial da Juventude, que também inclui profissionais de saúde, que são voluntários".

"No fundo, há aqui dois eixos: um com o apoio dos meios do socorro do Estado e outro eixo com meios mobilizados, fruto de voluntariado em colaboração com a Jornada.”

O presidente da comissão que elaborou o plano de saúde para a JMJ diz que, "naturalmente, a prestação de cuidados mais diferenciados - suporte avançado de vida - será assegurado por profissionais das instituições do Estado”.

Apesar do evento acontecer em pleno Verão, uma altura habitualmente complicada para os hospitais, António Marques diz que “está tranquilo porque existe gestão e planificação”. E garante que, no que toca ao INEM, “os meios são do próprio Instituto e as escalas estão organizadas".

"Nas situações pontuais, como é o caso dos hospitais de campanha, que implicam a colaboração entre diversas entidades, com o INEM houve o cuidado de não mobilizar pessoas que poderão fazer falta no seu sítio e local de trabalho.”

Em paralelo haverá seis centros hospitalares em prontidão “para a eventualidade de existir uma situação de exceção”: o Centro hospitalar Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Oriental, o Centro Hospitalar de Coimbra e, ainda, o Centro Hospitalar de São João e o Centro Hospitalar de Santo António, no Porto.

Isto porque, sublinha, António Marques, "não só há eventos por todo o país como, no contexto de uma situação de exceção, os doentes críticos serão transferidos para vagas específicas nos maiores hospitais, que são aqueles que têm maior capacidade para receber e tratar casos mais graves”.

Para além dos três níveis que vão ser progressivamente acionados, há um quarto nível – o vermelho – que, segundo o coordenador, prevê “um reforço estratégico que esperemos não seja necessário”.

No caso de existir uma situação de exceção, inesperada, como por exemplo um acidente com múltiplas vítimas, uma catástrofe natural, "temos de estar preparados para as diversas eventualidades”.

António Marques realça, por outro lado, que “a imensa maioria dos participantes na JMJ é de muito baixo risco clínico".

"São jovens entre os 14 e os 30 anos de idade, junto de quem o mais importante é alertar para comportamentos preventivos, como recomendações a propósito da hidratação, exposição ao sol, etc, e que não vão propriamente ser consumidores dos recursos da saúde."

O especialista concede que "poderá haver um grupo pequeno de jovens com patologias específicas, mas esses estão identificados, são acompanhados e haverá uma resposta clínica à altura das suas necessidades, caso seja preciso”.

Por esse motivo, conclui António Marques, "não há que pensar que, pelo facto de estarem mais pessoas em Lisboa, necessariamente vai haver essa pressão sobre o sistema de saúde, embora o sistema de saúde esteja a preparar-se para essa eventualidade”.

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