30 jun, 2023 - 18:05 • Anabela Góis , com redação
O Sindicato que representa os revisores e os trabalhadores das bilheteiras da CP, não só mantém a greve para a primeira semana de agosto, como ameaça com novas formas de luta se a empresa não aumentar os salários.
Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante, garante à Renascença que estes trabalhadores estão a ser discriminados na aplicação do aumento complementar e desafia a empresa a apresentar as tabelas salariais para provar quem está a mentir.
“Estamos a falar dos trabalhadores das bilheteiras, revisores, as suas chefias mais diretas. Estamos a falar dos trabalhadores que têm um salário base mais baixo na empresa. E são estes que estão a ser discriminados. Como tal não vamos desistir da luta e vamos continuar a lutar por um tratamento de equidade", garante o sindicalista.
Questionado se mantém a greve para a primeira semana de agosto, Luís Bravo responde afirmativamente e ameaça com novas paralisações.
"Sim, vamos manter as formas de luta e podemos ainda vir a agravá-las caso a situação não se resolva", avisa.
O Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante, que está em greve até 6 de agosto, responde assim ao ministro das infraestruturas.
João Galamba disse, esta sexta-feira, que "não há mais nada para negociar, nem nenhum aumento extra para além daqueles que já foram concedidos".
"O Governo já fez, neste caso a CP já fez, aquilo que lhe competia e fê-lo bem, que é propor aumentos salariais num contexto de inflação difícil. E a demonstração que fez o bem foi que chegou a acordo com 15 dos 16 sindicatos.", disse.
"A CP foi bastante contundente e enfática quanto às explicações que deu, nas críticas que fez à insistência do 16.º sindicato dos revisores nessa matéria. Portanto, aí apenas acompanho o que foi dito pela administração da CP e não tenho mais nada a acrescentar”, reforçou.
Estas declarações acontecem à margem da assinatura do contrato de concessão para a instalação do laboratório oceano partilhado, que se vai situar na Doca de Pedrouços em Lisboa.
A greve dos revisores coincide com a Jornada Mundial da Juventude, que decorre entre 1 e 6 de agosto, em Lisboa.