03 jul, 2023 - 09:41 • Olímpia Mairos
O despovoamento está a acelerar em alguns concelhos do país.
O jornal Público escreve esta segunda-feira que 24 concelhos do país atingiram em 2021 o ritmo de despovoamento que estava projetado apenas para 2030.
Deste mapa fazem parte Torre de Moncorvo, Nisa, Almeida, Gavião, Figueira de Castelo Rodrigo, Castanheira de Pêra, Santa Marta de Penaguião, Mora, Avis, Fronteira, Penamacor, Pinhel, Chamusca, Melgaço, Alfândega da Fé, Manteigas, Peso da Régua, Freixo de Espada à Cinta, Trancoso, Alcácer do Sal, Mértola, Baião, Alter do Chão e Mondim de Basto.
De acordo com o Relatório do Estado do Ordenamento do Território, que faz um primeiro ponto da situação do PNPOT, citado pelo jornal, nestes 24 municípios, o ritmo de despovoamento acelerou de tal forma que em 2021 já se verificava uma perda igual ou superior a 15% desde 2011.
O Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território (PNPOT) identificava 126 municípios onde o ritmo de queda poderia ser particularmente preocupante e apontava-se que esses concelhos pudessem perder 15% ou mais da sua população até 2030.
De acordo com a publicação, o documento assinala que existem mais 65 municípios que, “apesar de ainda não terem chegado aos 15%, registaram uma diminuição de população superior a 10%”.
Mas há também boas notícias. Sernancelhe, Tavira e Vila do Bispo que integravam a lista de territórios sob pressão, viram as suas populações crescer. Sernancelhe cresceu 0,4%, Tavira 5,2% e de Vila do Bispo 8,7%.
No que toca aos centros urbanos, dos 28 identificados no PNPOT, 18 perderam população entre 2011 e 2021. Entre eles estão Elvas e Portalegre, que já eram os centros urbanos regionais menos populosos e que perderam maior percentagem de população (- 8,9% e -8,5%, respetivamente). Torres Vedras (7,9%), Braga (7,8%) e Portimão (7,7%) são os que mais cresceram.
Ainda segundo o Público, os Censos 2021 mostram que a tendência de litoralização, metropolização e de envelhecimento da população não se inverteu: a idade média aumentou de 42,3 anos para 45,4 anos, a população a viver no litoral passou de 81,3% para 82,5% e a que reside nas áreas metropolitanas de Porto ou Lisboa cresceu de 43,44% para 44,5%. Os concelhos fronteiriços reuniam 4,6% da população em 2011, um indicador que recuou para 4,3% em 2021.