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Novo aeroporto. Montenegro acusa Governo de "deitar ao lixo" trabalho da comissão independente

03 jul, 2023 - 21:29 • Manuela Pires , Marta Pedreira Mixão

O líder do PSD lembra que existe uma comissão técnica para avaliar as localizações e considera "inconcebíveis" as diferentes opiniões de membros do Governo.

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O líder do PSD, Luís Montenegro, garante que é uma vergonha e uma falta de respeito que haja membros do Governo a falarem sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, quando foi o Governo a decidir que esse trabalho seria feito por uma comissão independente.

Em declarações aos jornalistas esta segunda-feira à tarde, à margem de uma visita ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, Luís Montenegro acusou o Governo de deitar para o lixo o trabalho desta comissão.

“Acho uma coisa absolutamente insólita que seja o Governo, que decidiu lançar este procedimento, que esteja a deitá-lo ao lixo, a desvalorizá-lo... Que esteja, no fundo, a dizer que independentemente das conclusões que [a comissão] tiver, a decisão já está tomada", afirmou.

Em causa estão declarações de João Paulo Catarino, secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, que contraria o ministro João Galamba, ao dizer que a opção de Santarém é a que mais interessa ao país e desafiando o PSD a envolver-se na defesa desta localização.

Montenegro garante que não tem qualquer preferência e que não vai intervir enquanto a comissão independente não se pronunciar.

“Não tenho interesse nenhum em nenhuma localização, o meu único interesse é que o país faça a melhor escolha, a melhor opção, e que os recursos públicos sejam bem gastos e que o país tenha uma valorização com o novo aeroporto de Lisboa”, assegurou aos jornalistas.

O líder do PSD pediu ainda ao primeiro-ministro para "pôr ordem na casa".

“Se o primeiro-ministro não tem capacidade e autoridade para dizer isto aos ministros e aos secretários de Estado, só posso lamentar e, mais uma vez, dizer ao primeiro-ministro para pôr ordem na casa. O que os membros do Governo estão a fazer é inconcebível, porque é um desrespeito para com a vontade que está formalizada num ato do Governo”, conclui.

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