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Cientistas com pensões "na ordem dos 300/400 euros". "Não há setor mais precário"

05 jul, 2023 - 06:41 • Cristina Nascimento

Investigadores protestam esta quarta-feira em encontro anual. Sindicato Nacional do Ensino Superior diz que 80% dos investigadores científicos e 40% dos professores universitários têm vínculos precários.

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O setor da ciência é o mais precário em Portugal, denuncia o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP), José Moreira, em declarações à Renascença.

De acordo com os dados citados pelo sindicalista, 80% dos investigadores científicos e 40% dos professores universitários têm vínculos precários.

“Não há outro setor mais precário do que o setor da ciência e a seguir o do ensino superior. O setor da ciência vive completamente à margem, não é das leis da República, mas do que é o resto da classe trabalhadora de Portugal. Não há outra atividade em que o grau de precariedade seja desta ordem“, reforça.

Para chamar à atenção dos governantes e denunciar publicamente a situação, vários sindicatos e outros representantes dos profissionais da ciência e ensino superior manifestam-se esta quarta-feira, em Aveiro, à margem do encontro anual da Ciência, onde vão marcar presença o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra da Ciência, Elvira Fortunato.

Em declarações à Renascença, o sindicalista José Moreira reconhece que nos últimos anos têm sido dados alguns passos para melhorar a situação, mas, argumenta, têm sido insuficientes.

José Moreira explica que muitos investigadores, que passaram grande parte da sua carreira contributiva na precariedade, estão à beira da reforma e vão ter pensões “na ordem dos 300/400 euros”. “Isto é um drama tremendo”, classifica.

Além dos problemas financeiros, José Moreira lembra ainda que, “do ponto de vista psicológico, estas pessoas que estão há 20, 15, 10 anos a viver com as com as suas vidas suspensas, têm problemas gravíssimos de estabilidade psicológica”.

O sindicalista argumenta que a falta de oportunidade para uma carreira estável não retém os talentos nacionais em Portugal, nem os estrangeiros que aqui gostariam de se fixar.

A Renascença procurou falar com a ministra Elvira Fortunato, mas até ao momento sem sucesso.

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