10 jul, 2023 - 14:41 • Anabela Góis
Onze cirurgiões do Hospital Amadora-Sintra ameaçam demitir-se em protesto contra a readmissão no serviço dos especialistas que denunciaram más práticas naquela unidade hospitalar. Desses, oito já apresentaram carta de exoneração.
A informação, inicialmente avançada pelo Expresso esta segunda-feira, já foi confirmada à Renascença pelo conselho de administração do hospital, que tomou posse na semana passada e que garante não só que está em diálogo com os médicos demissionários como acredita que tem condições para ultrapassar este diferendo.
Os médicos que fizeram as denúncias de erros no serviço, denúncias essas que acabaram por não se confirmar, foram suspensos por três meses, pelo que deverão regressar ao trabalho em agosto.
"O recém nomeado Conselho de Administração (CA) do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) está a trabalhar ativamente - desde o seu primeiro dia de mandato, há 72 horas - com o Diretor de Serviço de Cirurgia Geral, num conjunto de soluções que visam ultrapassar um impasse relacional que envolve alguns cirurgiões do HFF e outros dois médicos especialistas", lê-se no comunicado a que a Renascença teve acesso.
Para ultrapassar o que classifica de "constrangimentos", a administração "iniciou com os especialistas envolvidos uma atitude de diálogo e concertação diárias, tendo mandatado o Diretor de Serviço para a apresentação de propostas justas e equilibradas para a resolução do conflito latente".
"As negociações decorrem com espírito de abertura e a bom ritmo, acreditando o CA que a Direção de Serviço tem todas as condições para ultrapassar este momento", é adiantado.
"A realização de cirurgias programadas à população não está em risco no curto prazo com a posição negocial que foi assumida por alguns cirurgiões", assegura o conselho de administração, que diz acreditar que o "elevado sentido de responsabilidade demonstrado pela Instituição e pelos seus profissionais será mantido na gestão deste diferendo, pois assim o exigem a reputação construída ao longo de 28 anos e a necessidade de dar resposta perante uma comunidade de mais de 550 mil utentes".