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Mulheres com cancro da mama triplo negativo já podem ser tratadas com imunoterapia

13 jul, 2023 - 10:06 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

Apesar de representar apenas 15% dos casos de cancro da mama, o cancro triplo negativo é responsável por mais de um terço de mortes por esta doença em Portugal.

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As mulheres com cancro da mama triplo negativo com metástases já podem ser tratadas com imunoterapia. Era uma reivindicação antiga destas doentes.

O Infarmed aprovou o Programa de Acesso Precoce para um medicamento inovador que até agora era dado apenas a mulheres com tumor não disseminado. Para já, o protocolo prevê 25 tratamentos gratuitos.

Apesar de representar apenas 15% dos casos de cancro da mama, o cancro triplo negativo é responsável por mais de um terço de mortes por esta doença em Portugal.

O presidente do colégio da especialidade considera que esta decisão é da maior importância. Luís Costa diz que, com esta terapêutica, aumentam as hipóteses de prolongar a vida das doentes.

“Se o temor demonstrar ter alguma sensibilidade à imunoterapia, nós sabemos que podemos associar imunoterapia à quimio e, nalgumas mulheres, podemos ter maiores taxas de resposta e mais prolongada”, diz.

Este é um tipo de cancro mais agressivo, porque não responde às terapêuticas comuns e tem capacidade para crescer e metastizar. Em 2019, foi responsável pela morte de 676 mulheres.

É também um cancro que afeta mulheres mais jovens, daí a importância de se encontrarem formas de detetar este subtipo mais cedo.

Rastreios vão começar mais cedo

Nestas declarações à Renascença, Luís Costa realça que “o aumento de cancro da mama surge muitas vezes em mulheres muitos jovens que não estão dentro do espectro de idade dos chamados rastreios de base populacional. Por exemplo, há mulheres com cancro da mama destes triplos negativos aos 30 e tal anos de idade”.

O especialista adianta que há, neste momento, uma indicação que “os rastreios vão começar a partir dos 45 anos de idade, e não de 50”.

“Isso é importante, porque já alarga a faixa de tensão, mas, mesmo assim, isto é um trabalho que tem que ser feito com descoberta de novos mecanismos de deteção para cancro da mama nestas pessoas, saber quem são aquelas que devem fazer deteção mais precoce. Isso é um trabalho que a ciência tem que continuar a fazer”, defende, assinalando que “há trabalho a ser feito nessa área”.

Um estudo da MSD, que vai sair esta quinta-feira, contabiliza 21.266 anos de vida perdidos pelas doentes com cancro triplo negativo.

Das mais de sete mil doentes diagnosticadas com este subtipo de cancro da mama, apenas cerca de 30% mantêm a sua atividade laboral.

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