21 jul, 2023 - 09:47 • Olímpia Mairos , com Redação e Lusa
Os tripulantes de cabine easyJet iniciaram esta sexta-feira uma greve que se prolonga até terça-feira para contestar o que dizem ser a discriminação entre trabalhadores da companhia aérea de diferentes países. A paralisação poderá cancelar dezenas de voos por dia, nos próximos dias.
Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Ricardo Penarroias, diz que “estes trabalhadores passaram dificuldades durante a pandemia”, tendo sido “os primeiros da rede a assumir o corte e o congelamento salarial”.
“Mais ninguém o fez primeiro que os portugueses que foram os primeiros a não ter os benefícios da retoma, ao contrário de Espanha, que houve aquando dos’ lay-offs’, benefícios estatais e a empresa não teve o cuidado de fazer uma uniformização”, realça.
Para o sindicalista, “se a nível legal, as condições em Portugal ou em Espanha são diferentes a companhia que se chegasse à frente”.
Os tripulantes de cabine da easyJet vão, assim, cumprir a terceira greve nos últimos meses, depois de uma paralisação em abril e outra no fim de maio e início de junho, reivindicando condições semelhantes para os tripulantes das bases portugueses às dos das bases noutros países.
A easyJet, por sua vez, manifestou-se desapontada com a greve e acusou o sindicato de continuar com exigências impraticáveis, reivindicando aumentos "que não demonstram qualquer sentido de realidade".
“Estamos extremamente desapontados com o facto de o SNPVAC estar a planear novas ações de greve, apesar da nossa vontade de prosseguir um diálogo construtivo com o objetivo de chegar a um acordo sustentável”, disse a companhia aérea em comunicado, acrescentando que, apesar dos seus esforços, as exigências do sindicato “continuam a ser impraticáveis, com aumentos propostos que não demonstram qualquer sentido de realidade”.