23 jul, 2023 - 18:33 • Maria João Costa , João Carlos Malta
Portugal soube este fim-de-semana que houve um novo surto de monkeypox no país com mais 37 casos. A pouco mais de uma semana da Jornada Mundial da Juventude, em que são esperados um milhão de visitantes no país, o virologista Paulo Paixão considera há um "risco baixo" de um grande surto.
“Penso que risco é baixo por uma questão simples, obriga a um contato estreito com comportamentos de risco. Não é de esperar que os jovens que venham, tenham comportamentos de risco”, começa por analisar.
“Mas também é verdade que a transmissão não se faz só com comportamentos de risco. As pessoas que não estão infetadas em contato com as pessoas infetadas podem ficar com a doença, mas a probabilidade é baixa”, refere.
Um total de 37 casos de infeção pelo vírus "monkey(...)
No entanto, o especialista alerta que num evento com mais de milhão de pessoas seguramente as pessoas vão estar perto umas das outras “e se houver um ou outro caso positivo poderá haver transmissão”.
Paulo Paixão pede a todos os que tenham febre ou uma situação de saúde não esclarecida para contatarem um profissional de saúde.
“Se isso acontecer a pessoa deve ser isolada e há ainda que recorrer a vacinação”, afirma.
Em relação ao surto que foi conhecido este fim-de-semana de monkeypox, Paixão considera que o mesmo não é uma surpresa porque o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já anteriormente alertava para 12 casos em Portugal, quando no resto da Europa não havia mais do que um caso por país.
Covid também não preocupa
Em relação à covid-19, o virologista diz que “todos os dias há casos em Portugal”, mas em reduzida quantidade.
Coronel Carlos Penha Gonçalves avançou na comissão(...)
Também neste caso acha “pouco provável” que haja uma explosão dos números da doença, mas pode haver “pequenos surtos” devido mais uma vez ao “grande aglomerado de pessoas”.
“Mas não podemos dramatizar atendendo a que se trata de uma população jovem, as pessoas estão vacinadas ou tiveram contato [com o vírus]. As consequências não se podem minimamente comparar com o passado”, analisa o virologista.