Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Sindicato da PSP mantém ações de luta após reunião inconclusiva com ministro

27 jul, 2023 - 21:07 • Lusa

ASPP afirma que o ministro acha que consegue resolver os problemas que afetam a PSP "com medidas de assistência social e outras que não são as necessárias nem as indicadas".

A+ / A-

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) decidiu manter as formas de luta agendadas para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre em Lisboa na próxima semana, após uma reunião inconclusiva com o ministro da Administração Interna.

Em declarações à agência Lusa no final do encontro, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, explicou que a reunião foi a pedido do sindicato e se destinou a fornecer ao ministro José Luis Carneiro informações sobre os reais problemas da polícia que o governante "parece não ver".

"Muitas vezes o que chega ao ministro não é a realidade do que está a acontecer na PSP e o senhor ministro parece não ter resposta para resolver os problemas estruturais que afetam a polícia", afirmou Paulo Santos, após a reunião em que esteve também presente a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto.

O dirigente sindical referiu à Lusa que é necessário a tutela "olhar para a PSP" e resolver as questões da "dignificação salarial e da atratividade para a instituição", para evitar o que está a acontecer, que é a saída de operacionais e a pouca entrada de novos elementos.

Paulo Santos afirmou que o ministro acha que consegue resolver os problemas que afetam a PSP "com medidas de assistência social e outras que não são as necessárias nem as indicadas".

No final da reunião, em declarações aos jornalistas, a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, manifestou disponibilidade para continuar o diálogo com os sindicatos, indicando haver vontade expressa de ambas as partes em continuar as negociações, mas admitiu que "as soluções não são fáceis" e que "há um caminho a percorrer", para aumentar a atratividade da carreira nas forças de segurança.

Sobre a insatisfação salarial dos polícias, na base da contestação sindical, a governante lembrou um compromisso de um aumento salarial médio de 20% entre 2023 e 2026.

"É evidente que todo o investimento que pudermos fazer, temos que ver o impacto atendendo àquilo que representa em termos de suporte orçamental, mas obviamente que estamos abertos ao diálogo, procurando obviamente fortalecer aquilo que são as condições de trabalho do efetivo que presta segurança no país", disse.

Questionada sobre a manifestação das forças de segurança, agendada para 02 de agosto, frente ao Palácio de Belém, na altura em que o Presidente da República recebe o Papa Francisco no âmbito da sua vinda à Jornada Mundial da Juventude, Isabel Oneto sublinhou o direito constitucional à manifestação e manifestou a sua crença em que "vai ser possível conciliar, obviamente, o direito à manifestação com a cerimónia".

"Não sei se conseguimos impedir, temos pena, gostaríamos que não houvesse razão para esse protesto, mas como disse saímos daqui ambas as partes com vontade de continuar estas negociações", disse.

A ASPP/PSP iniciou hoje, em Faro, várias ações de protesto para demonstrar a "insatisfação pelas políticas que não têm respondido aos problemas graves que afetam a PSP e a segurança interna".

Os protestos vão prolongar-se até segunda-feira e vão decorrer em várias zonas do país, tendo-se realizado hoje uma concentração de polícias em frente ao Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública de Faro.

Segundo a ASPP, as principais reivindicações dos polícias são os baixos salários, pré-aposentação, falta de atratividade da profissão e o subsistema de saúde.

As várias ações de luta de contestação "às políticas deste (des)governo" vão acontecer na sexta-feira em frente ao Comando Metropolitano da PSP do Porto, no sábado com um concentração no jardim Almoinha Grande, em Leiria, e termina na segunda-feira junto ao Comando Metropolitano de Lisboa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+