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Mais de 1,5 milhões de testes contra hepatite B e C, mas números ainda "podem melhorar"

28 jul, 2023 - 07:00 • Anabela Góis

Em 2022 houve também um acréscimo de 3% do acesso ao tratamento. Diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais, da DGS, refere que Portugal é dos melhores países do mundo em termos de vacinação contra a hepatite B.

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Portugal realizou mais de 1,5 milhões de testes contra hepatite B e C, em 2022, segundo o relatório de 2023 do Programa Nacional para as Hepatites Virais, da Direção-Geral da Saúde, publicado esta sexta-feira.

Cerca de um milhão destes, foram realizado nos hospitais - um aumento de 18,5% face ao ano anterior.

À Renascença, o diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais refere que, neste tipo de doença, "o teste é muitas vezes a única maneira de fazermos o diagnóstico, de sabermos que a pessoa está infetada".

"Quanto mais testes se fizerem a melhor e depois a ideia que nós queremos deixar passar é que se faça o teste pelo menos uma vez na vida. Que inclua o teste à hepatite B, hepatite C e HIV", aponta.

Rui Tato Marinho considera que os resultados "são satisfatórios, mas nós achamos que pode melhorar".

Apesar da tendência de decréscimo dos últimos 12 anos, o Programa de Troca de Seringas distribuiu mais de um milhão no último ano.

"Isto pode ter sido algo prejudicado pela pandemia, este contexto de troca de seringas, mas nós achamos que é uma das medidas mais importantes para prevenir a transmissão de doenças infeciosas, seja as hepatites virais, seja até infeções no local da injeção de consumo de drogas", considera.

Em 2022, houve também um acréscimo de 3% do acesso ao tratamento, tendo sido realizados um total de 2192.

O especialista destaca que "acesso aos tratamentos melhorou, portanto, nós conseguimos há cerca de um ano uma simplificação administra que eliminava os quase 12 passos de acesso à terapêutica".

A prevenção também teve resultados positivos, em 2022. Portugal uma cobertura de 97,8% de vacinação contra a Hepatite B

Trata-se de u número que faz de Portugal "dos melhores países do mundo em termos de vacinação contra a hepatite B".

"Isto começou há 20 anos, ou seja, qualquer bebé que nasce em Portugal seja português ou estrangeiro, Leva na maternidade a primeira dose da vacina, que é das medidas mais importantes para evitar a hepatite B", explica.

A tentativa de melhorar a abordagem futura às hepatites passará pelo acesso imediato aos tratamentos, de forma equitativa, ou pela melhoria do processo de notificação da doença. Prevê-se também a inclusão da Hepatite Delta como doença de notificação obrigatória.

"A hepatite Delta é uma hepatite que afeta talvez 5% daqueles que têm hepatite B. É uma hepatite mais grave, que pode evoluir mais rapidamente para cirrose e cancro do fígado, e pode ser evitável com a vacina da hepatite B e há medicação nova para controlar o vírus, que é um vírus de difícil controlo. É importante nós sabermos a realidade da hepatite chamada Delta a nível nacional, porque é um problema que não está resolvido a nível mundial", conclui.

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