31 jul, 2023 - 16:25 • João Pedro Quesado com Lusa
A um dia da abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, os constrangimentos que o evento vai causar na vida dos residentes da cidade continuam a ser um dos temas principais. O estacionamento dos moradores das zonas de maior restrição, assim como a operação de segurança à entrada do Parque Eduardo VII, são as novidades.
Na conferência de imprensa na manhã desta segunda-feira, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Vizeu Pinheiro, alertou para os “constrangimentos consideráveis” que a deslocação de milhares de peregrinos em direção às dioceses de acolhimento de Lisboa, Setúbal e Santarém vai provocar aos habitantes locais.
Um desses constrangimentos resultantes da JMJ, sentido já desde sábado, é o estacionamento dos residentes nas zonas da Lisboa que estão incluídas nos perímetros de segurança dos eventos.
Depois da polícia obrigar à retirada dos veículos, a Câmara Municipal de Lisboa informou esta segunda que os habitantes afetados por estes condicionamentos podem estacionar gratuitamente em qualquer outra zona da cidade, entre 31 de julho e 6 de agosto, o último dia da Jornada.
“As viaturas com dístico de residente das zonas de estacionamento dentro dos perímetros de segurança dos eventos JMJ podem, caso estas sejam sujeitas a condicionamentos temporários, estacionar de forma gratuita em qualquer outra zona da cidade”, disse a autarquia.
O plano de mobilidade para a JMJ prevê condicionamentos à circulação rodoviária na área do Parque Eduardo VII, na terça, quinta e sexta-feira, no Parque Tejo, no sábado e no domingo, e no Passeio Marítimo de Algés, no concelho de Oeiras, também no domingo.
As três zonas de restrição - vermelha, amarela e verde - têm diferentes restrições de circulação, causando alterações na circulação de carros, autocarros e bicicletas. Também algumas estações de metro e de comboio são encerradas conforme o decorrer dos eventos.
Jornada Mundial da Juventude
O plano de mobilidade para a Jornada Mundial da Ju(...)
A zona vermelha, com maiores restrições de circulação, tem exceções para residentes e trabalhadores. Os cidadãos residentes ou que trabalhem nesta área devem estar na posse do cartão de cidadão e comprovativo de morada, ou declaração da entidade patronal, para poder circular nas zonas com limitações de acesso.
“Os condicionamentos garantem a circulação de veículos de emergência, transporte de medicamentos” e de pessoas com mobilidade reduzida, assim como o “acesso a assistência médica mesmo nos momentos em que os eventos acontecem”, diz a Câmara de Lisboa.
De acordo com a autarquia, fora do horário dos eventos principais, “o acesso automóvel a moradores e trabalhadores não será afetado”.
Com a segurança dos eventos da JMJ como prioridade das autoridades, foi anunciado o estabelecimento de 343 pontos de revista no controlo de acesso ao Parque Eduardo VII – a Colina do Encontro da JMJ -, distribuídos por 12 portas.
O comandante metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) em Lisboa explicou, no briefing diário de segurança do evento, que estes locais permitem “fazer uma revista e um controlo das pessoas que estão inscritas”, já que este é um requisito para acesso a algumas áreas dos eventos.
Paulo Pereira acrescentou que vai haver espaço no recinto para os não inscritos na JMJ, com a PSP a encaminhar os peregrinos para diversos setores dos espaços em articulação com a organização da Jornada.
O líder do Comandante Metropolitano de Lisboa da PSP declarou que a revista pode ser feita “por amostra, atendendo a alguns critérios, dependendo do momento em que nos encontramos e da pressão que haja sobre a porta”.
Em Lisboa estão cerca de 2 mil polícias oriundos de todo o país, que chegaram para reforçar o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. No total, são cerca de 10 mil agentes envolvidos.
Relativamente ao escoamento de pessoas no fim de semana do Parque Tejo, onde decorrem também algumas das principais iniciativas da JMJ, o comandante sublinhou que serão garantidos o escoamento e as aberturas necessárias para que as pessoas saiam ao ritmo que pretendem.
“Sabemos que, de sábado para domingo, muitos dos peregrinos permanecerão e dormirão no recinto, portanto, teremos de avaliar quais os percursos, qual o número de pessoas que pretendem sair. Estamos preparados e iremos avaliar”, referiu.