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Porto. Centro Comercial Stop reabre na sexta-feira

02 ago, 2023 - 14:53 • Redação com Lusa

Músicos terão de fazer formação em prevenção de incêndios e regresso à atividade estará limitado a doze horas diárias. Câmara mantém a escola Pires de Lima como solução e espera ter a estrutura pronta até ao final do ano.

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As lojas do Centro Comercial Stop, seladas a 18 de julho, vão reabrir na sexta-feira com a presença permanente dos bombeiros, anunciou esta quarta-feira o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, numa conferência de imprensa realizada nos Paços do Concelho. O autarca adiantou ainda que a partir do final do ano a escola Pires de Lima estará parcialmente pronta para receber os músicos.

A solução imediata passa, contudo, pela reabertura do STOP: "Neste momento, temos reunidas todas as condições necessárias para, já na sexta-feira, reabrir nas condições que conhecem", disse Rui Moreira referindo-se às medidas tornadas públicas em 21 de julho, nomeadamente a presença dos bombeiros sapadores em permanência.

O autarca adiantou ainda que a maioria dos utilizadores do espaço receberão uma formação de quatro horas dada pelos bombeiros para poderem frequentar o centro em segurança.

Esta solução da Cãmara do Porto para a reabertura das lojas do CC STOP foi já aceite pelas associações de músicos: "Ambas as associações em funcionamento no CC [Centro Comercial] Stop vêm por este meio manifestar o seu acordo, aceitando as condições aprovadas pelo administrador do condomínio", refere uma missiva enviada esta quarta-feira pelas associações à Câmara Municipal do Porto, a que a Lusa teve acesso.

Em declarações escritas à Lusa, Bruno Costa referiu que os músicos, depois de reunirem na terça-feira, decidiram aceitar as condições da câmara, de forma a regressar imediatamente às salas e lojas. "Temos urgência em voltar e não desistimos do nosso lar e trabalho", disse.

No documento, assinado pelo presidente da Alma e pelo secretário da assembleia-geral da Associação cultural de músicos do Stop, solicitam a reabertura do CC Stop o mais brevemente possível, dada a urgência da situação.

A solução que permite ao CC STOP retomar o pleno funcionamento, no entanto, é apenas "temporária", refere Rui Moreira, e permite que o centro funcione, no máximo, durante 12 horas por dia.

"Nós já dissemos que pode abrir às 10h00, às 10h30 ou às 11h00, e pode fechar ou às 22h00, ou às 22h30 ou às 23h00, porque são 12 horas de funcionamento. Em princípio, aquilo que ficou assente são 10h30, foi a isto que apontamos, porque é preciso balizar interesses de várias entidades", explicou o autarca, referindo-se tanto aos músicos como às lojas.

Escola Pires de Lima vai transformar-se num "campus" para acolher músicos em permanência

O autarca independente dá o assunto como "para já, resolvido", mas a Câmara do Porto manteve hoje a possibilidade de músicos se mudarem "defintiva ou temporariamente" para a escola Pires de Lima, antecipando o presidente da autarquia que a estrutura esteja parcialmente pronta até ao final do ano.

"Independentemente do funcionamento do Stop, nós vamos ter uma resposta que vai funcionar na escola Pires de Lima. Irão para lá os músicos que quiserem, nós não obrigamos ninguém", disse Rui Moreira.

O autarca garantiu que "o projeto do "campus" na escola Pires de Lima está a avançar", tendo já existido "várias reuniões técnicas" e sido feita "uma avaliação das condições do edifício, que são excelentes".

Rui moreira adiantou ainda que já existe um "acordo da administração dos Amigos do Coliseu [liderada pelo músico Miguel Guedes], que já concordou também que vão ser eles a gerir esse "campus"", referiu Rui Moreira.

O autarca independente disse que, "naturalmente, haverá músicos que querem, e haverá músicos que não querem" ir para a escola Pires de Lima.

"Não queremos interferir, de facto, naquilo que é o funcionamento do Stop, porque os músicos dizem, e nós respeitamos, que não nos devemos imiscuir naquilo que é o funcionamento "underground"", disse hoje Rui Moreira.

Assim, a autarquia pretende ter "uma resposta" do seu lado, depois de várias chamadas de atenção "por vários interessados, que a câmara municipal, naquilo que é a sua política cultural, falta fazer mais alguma coisa na música", admitiu o presidente da câmara, que também tem o pelouro da Cultura no executivo municipal.

"Nós vamos fazer lá", assegurou Rui Moreira, aludindo ainda à possibilidade de músicos quererem utilizar o novo espaço "temporariamente, por exemplo, se tiverem de decorrer obras no Stop", e aí "é bom que a câmara tenha um "campus"".

Segundo Rui Moreira, a escola Pires de Lima "tem um conjunto de salas grandes que podem ser disponibilizadas, e depois tem quatro blocos", além do disponibilizado para a Norte Vida, com "um conjunto de salas que podem ser divididas e insonorizadas".

"Estive lá com o Miguel Guedes, que percebe melhor a questão da insonorização e a questão das divisórias que têm de ser estabelecidas, porque algumas salas de aulas são provavelmente grandes demais, e há outras que não precisam de ser divididas a meio", explicou o autarca.

Neste momento, a autarquia está a "a fazer o levantamento das patologias que existem" no edifício, pretendendo "intervencionar rapidamete dois blocos que estão em melhores condições", de forma a "poder abrir rapidamente os blocos" aos músicos.

"Acredito que até ao fim do ano se possa ter esses dois blocos a funcionar, e depois avançamos para os outros", antecipou Rui Moreira.

O autarca disse que a escola estará desocupada antes do fim do mês de setembro, porque neste momento estão a transferir os equipamentos para o liceu Alexandre Herculano, que foi reabilitado e abre no próximo ano letivo.

Saída para outras instalações foi anteriormente recusada pelos músicos

Mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas em 18 de julho pela Polícia Municipal por "falta de licenças de utilização para funcionamento".

Três dias depois, o presidente da câmara, Rui Moreira, admitiu que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança, nomeadamente ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas.

A 24 de julho, o administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou o acordo com a autarquia que compromete a administração a "adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio".

Como alternativa ao centro comercial, a câmara apresentou como soluções a escola Pires de Lima ou os últimos pisos do Silo Auto, propostas que, no entanto, foram recusadas pelos músicos.

O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.

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