15 ago, 2023 - 12:27 • Lusa
Uma "startup" portuguesa desenvolveu um "software" que controla o processo de produção de hortícolas e aromáticas em hidroponia desde a semente até à embalagem, otimizando a agricultura vertical, revelou esta terça-feira um dos fundadores.
Gabriel Monteiro, que juntamente com o pai fundou a "startup" (empresa com rápido potencial de crescimento económico) Santa Farm Technology, explicou à agência Lusa, que a tecnologia desenvolvida permite "controlar todas as variáveis que interferem com a agricultura vertical".
O "software" integra um servidor que, ligado a diferentes equipamentos, como ar condicionado, sensores, desumidificadores e ventoinhas, controla todas as variáveis ambientais.
"As plantas crescem nas condições perfeitas", observou Gabriel Monteiro, acrescentando que o sistema desenvolvido pela "startup", atualmente sediada em Santarém, controla também o processamento e embalagem dos vegetais.
Até ao momento, já foram produzidos coentros, alface e rúculas, mas a produção poderá estender-se a outras hortícolas ou frutas, como morangos e mirtilos.
Os produtos estão atualmente a ser comercializados por uma empresa portuguesa de distribuição alimentar.
Mas o objetivo dos fundadores é "escalar" a solução, podendo a canábis ser uma das opções a explorar face à importância desta planta para a indústria farmacêutica.
"O valor agregado é altíssimo", referiu.
Os fundadores tencionam ainda desenvolver novos robôs para que, quando ligados ao servidor, possam operar de forma autónoma.
"Se não for preciso nenhum humano entrar na estufa, é ótimo para o processo de produção", afirmou Gabriel Monteiro, lembrando que a contaminação é um dos grandes desafios que este tipo de processos enfrenta e que "um descuido pode comprometer tudo".
Gabriel Monteiro esclareceu ainda que o objetivo da "startup" é comercializar a tecnologia e não propriamente os vegetais, pelo que a "fábrica é o protótipo" do modelo técnologico desenvolvido.
A "startup" Santa Farm Technology foi uma das três vencedoras da Final Nacional do ClimateLaunchPad, etapa organizada pela UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.
E vai representar Portugal na final europeia da competição, que se realiza no último trimestre deste ano e visa apoiar ideias de negócio que reduzam o impacto negativo no ambiente.