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Variante Éris. Portugal não registava tantos casos de Covid-19 desde o Natal

16 ago, 2023 - 21:45 • Diogo Camilo

Semana com maior número de casos em oito meses. Pneumologista Filipe Froes diz à Renascença que a situação está relacionada com a nova variante EG.5 (Éris) - mais contagiosa mas sem maior risco de mortalidade -, e alerta que é necessário “monitorização e preparação” para o outono e inverno.

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A última semana viu o maior número de casos de Covid-19 registados desde o final do ano passado e esta segunda-feira, 14 de agosto foi registado o maior número de infeções num dia dos últimos oito meses.

À Renascença, o pneumologista Filipe Froes, que fez parte da task-force da pandemia, pertenceu ao Gabinete de Crise da Covid-19 da Ordem dos Médicos e foi consultor da DGS sobre o tema, indica que a situação é “normal” e está relacionada com a nova variante, a EG.5 (Éris), mas alerta que é necessário “monitorização e preparação” para o outono e inverno.

“Estamos a viver uma situação normal, que nos deve alertar em termos de preparação para o final do ano, o outono-inverno, que é a monitorização da doença e de que teremos de vacinar as populações de risco com as novas vacinas adaptadas à nova subvariante”, refere o diretor do Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital Pulido Valente, em Lisboa.

Entre 7 e 13 de agosto foram confirmadas 2.420 infeções, com a incidência a quase duplicar no espaço de um mês. Desde a semana do Natal de 2022, entre 19 e 25 de dezembro, que não eram registados tantos casos de Covid-19.

Nova subvariante não traz mais risco de mortalidade

Filipe Froes alerta que a nova subvariante, identificada pela primeira vez em fevereiro e já dominante no mundo, facilita a transmissibilidade e tem “características diferentes das variantes utilizadas na última vacina”, que foi disponibilizada no final do ano passado, o que agrava o risco de aumento das infeções.

No entanto, a Éris não tem maior risco de mortalidade. O número de mortes por Covid-19 desceu na última semana, tendo sido registados 33 óbitos, na mesma altura em que a EG.5 se tornou dominante no país.

“Os dados preliminares disponíveis mostram que esta subvariante não tem ainda nenhum acréscimo de gravidade, embora possa vir a surgir em número absoluto”, refere o especialista, indicando que a maior parte dos casos acontece na população mais jovem, sem fatores de risco.

O aumento de casos coincide com o fecho da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), tendo sido registados três dias com mais de 400 casos diários (7, 10 e 11 de agosto), algo que não acontecia desde o final do ano passado. Esta segunda-feira foram registados 537 casos, um máximo desde 15 de dezembro de 2022.

Segundo o último relatório de resposta sazonal da Direção-Geral de Saúde, a variante também conhecida como Éris circula em Portugal há cerca de um mês e representou 54% dos casos na última semana de julho.

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