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Ministra da Defesa justifica menos militares no Exército com fim das regras da pandemia

19 ago, 2023 - 11:50 • João Carlos Malta

A ministra da Defesa Helena Carreiras reconheceu que o exército de debate com dificuldades em reter quadros, mas comparou a situação de Portugal à de outros países europeus.

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A ministra da Defesa, Helena Carreiras, justificou este sábado a redução de militares nos três ramos das Forças Armadas com “o fim das medidas excecionais que foram implementadas durante a pandemia COVID-19”.

Na base naval de Lisboa, onde recebeu o NRP Setúbal que regressou de uma missão "Mar Aberto", que durou quatro meses, a governante disse que esta é a razão que ajuda a explicar “algum aumento de saídas que verificamos nos últimos anos”.

E acrescentou que as medidas excecionais foram tomadas “nesse contexto de emergência” e, agora, “estamos a retomar os níveis que eram, enfim, aqueles que conhecíamos antes da pandemia”. Nessa altura, foi possível prorrogar alguns contratos e conter as saídas, argumentou.

Ainda assim, Helena Carreiras assume que as “dificuldades de recrutamento e retenção, sobretudo, têm vindo a ser reconhecidas em Portugal como noutros países”.

Na sexta-feira, o jornal Expresso escreveu que há quase menos oito mil militares do que o previsto nos efetivos dos três ramos do Exército. Em 2022 abandonaram as fileiras por abate ao quadro ou rescisão de contrato 2224 militares: as saídas não previstas foram de 1118 no Exército, 808 da Força Aérea e 298 da Marinha, segundo informações dos próprios ramos ao Expresso.

Aos jornalistas, a ministra acrescenta que é verdade também que “o mercado de trabalho é muito atrativo para algumas áreas daquelas em que formamos militares e como o fazemos bem, e formamos muitos profissionais qualificados, há de facto uma grande atração por parte do mercado de trabalho”.

Helena Carreiras elencou ainda um conjunto de medidas tomadas pelo Governo que, na sua perspetiva, ajudam a fixar quadros. Entre elas, na Força Aérea que “vai permitir ter mais praças e aumentar o período de permanência”.

“Ampliar as áreas em que é possível regime de contrato especial que permita aos militares ficarem até 18 anos nas forças armadas, mas também a reforçar os mecanismos que valorizam os militares na sua certificação profissional, a sua qualificação para poderem entrar no mercado de trabalho”, referiu.

Por fim, a mesma ministra referiu ainda medidas concretas de reforço das condições de habitabilidade e a melhoria das condições salariais.

Comentários
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  • Digo
    19 ago, 2023 Eu 12:19
    É simplesmente ridícula, a justificação da ministra. Não engana nem um miúdo de 8 anos. Que tal falar em anos e anos de desinvestimento, salários miseráveis, promoções e plano de carreira inexistentes - a não ser para os "amigos" - instalações miseráveis, armas e equipamentos avariados e ultrapassados e militares apontados a dedo como uma "despesa inútil" perante o silêncio dos ministros e governos além do tira-selfies de Belém que só manda umas bocas mas mantém tudo como está? Quem quer ser militar quando ganha tanto ou mais a arrumar prateleiras num supermercado com metade das chatices?
  • Cidadao
    19 ago, 2023 Lisboa 12:12
    A "fuga à questão" com a tática do costume. Faz-se um comício de desvio de atenção para esconder que não há soldados porque lhes pagam bolotas para trabalho que envolve risco de vida e eles ganham mais a trabalhar em supermercados que nas fileiras e com muito menos chatices. As promoções só existem para os oficiais, o material e as instalações são uma lástima, e a falta de efetivos sobrecarrega o efetivo existente: é que não há meios humanos nem materiais mas os malditos políticos continuam a oferecer o que não têm para missões ao serviço da NATO e da ONU, em busca de ficarem bem na foto.

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