23 ago, 2023 - 07:39 • Olímpia Mairos , com redação
Os médicos internos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) iniciam esta quarta-feira uma greve de dois dias convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para exigir melhores salários e a valorização profissional para efeitos de progressão na carreira.
O protesto não deverá afetar consultas ou cirurgias, mas o sindicato alerta que a paralisação vai obrigar as administrações hospitalares a ajustar o serviço, com impacto na qualidade dos cuidados.
Em declarações à Renascença, Jorge Roque da Cunha pede uma nova grelha salarial para profissionais que estão a ganhar oito euros por hora.
“São colegas que veem o seu salário diminuído em cerca de 20% do poder de compra. Neste momento, o valor hora são cerca de oito euros em termos líquidos, o que naturalmente faz com que cada vez mais, e quando acabam o seu trabalho e a sua formação, não tenham capacidade de pensar trabalhar no Serviço Nacional de Saúde”, diz.
A paralisação, que abrange pela primeira vez médicos em pós-formação para obtenção da especialidade, insere-se num quadro mais vasto de greves, em várias modalidades e regiões, promovidas pelo SIM até setembro para reclamar uma grelha salarial condigna para todos os médicos.
Nestas declarações à Renascença, Roque da Cunha critica a atuação do Governo na Saúde, denunciando a falta de atenção dada às necessidades do SNS.
“O Governo não tem dado a devida atenção no nosso processo negocial. Nós vamos ter agora uma reunião proximamente no início de setembro, mas tem sido um dos principais calcanhares de aquiles a falta de atenção em relação a esta matéria, bem como em relação aos médicos que trabalham a nível hospitalar”, lamenta.
O protesto dos médicos internos, que decorre até quinta-feira, coincide com a greve às horas extraordinárias dos médicos de família que deveria ter terminado na terça-feira, mas que continua até 22 de setembro.