30 ago, 2023 - 21:00 • Tomás Anjinho Chagas com Redação
O problema foi detetado há vários meses, e ainda não foi resolvido. A Associação Nacional de Farmácias (ANF) confirma à Renascença que há ruturas de stock dos medicamentos que devem ser usados contra a diabetes.
A escassez deve-se, pelo menos em parte, ao facto de muitas pessoas usarem agora estes fármacos para emagrecerem. A presidente da ANF, Ema Paulino, revela que o problema está a levar os farmacêuticos a formar listas com os pacientes diabéticos para evitar que os tratamentos sejam interrompidos.
"Algumas pessoas já tiveram de fazer alterações à sua terapêutica. Tivemos de reenviá-las para o médico", conta a presidente da ANF. Ema Paulino refere que também há outros medicamentos esgotados "a nível internacional, o que afeta Portugal" e pede que sejam "implementados planos de mitigação para evitar essa falta".
"É uma situação que é preocupante, afeta diretamente as pessoas", lamenta. A presidente da ANF defende que os farmacêuticos devem poder dar alternativa, à semelhança de protocolos que já existem no resto da Europa.
Ema Paulino pede, igualmente, "um equilíbrio" no que toca ao preço dos medicamentos: "Às vezes, baixar o preço a um medicamento, torna o seu acesso mais difícil, porque esgota e fica inviável", considera.
As farmácias vão participar na campanha de vacinação para a gripe sazonal e para a covid-19. Ema Paulino explica que as farmácias estão a "proporcionar várias opções para as pessoas poderem fazer o agendamento da vacinação, através de um site na internet onde poderão selecionar a farmácia de preferência e escolher um dia e uma hora para a vacinação ou identificar o dia e a hora e depois selecionar uma farmácia".
Os utentes poderão também falar diretamente com a farmácia para fazer o agendamento e será possível que algumas farmácias também poderão disponibilizar o regime de casa aberta, sem marcação prévia. Nestas declarações à Renascença, a presidente da ANF explica como se desenrola o processo de vacinação.
“As pessoas que estejam ilegíveis, e isso vai ser confirmado através da consulta do boletim de vacinas eletrónico que cada pessoa tem, essa consulta é feita pelo farmacêutico, que verifica se a pessoa tem mais de 60 anos e se o intervalo que decorreu desde a toma da última vacina permite fazer a administração da vacinação da covid-19 e da gripe, a pessoa fará essa administração da vacina na farmácia, não pagará por esse serviço e pela administração das vacinas e nós fazemos o registo no boletim de vacinação”, sublinha.
As pessoas poderão tomar a vacina da gripe sazonal e da covid-19 de forma simultânea, se estiverem ilegíveis, adianta Ema Paulino.