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Rescisão de contrato afeta 100 trabalhadores do grupo A Bola

01 set, 2023 - 17:43 • Lusa

Empresa suiça Ringier reviu em alta o número de despedimentos. Sindicato dos Jornalistas apela à intervenção do Presidente da República e do parlamento.

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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) disse esta sexta-feira que o Ringier Sports Media Group apresentou propostas de saída a mais de 100 trabalhadores da empresa que detém A Bola e apelou à intervenção do Presidente da República e do parlamento.

"A Ringier, grupo suíço que comprou o Jornal A Bola, Bola TV, Bola on-line e Autofoco, optou por fazer uma agressiva reestruturação da empresa que mais não é do que apresentar propostas de saída a mais de 100 trabalhadores, num universo de 150", denunciou, num comunicado.

Na terça-feira, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luis Simões, apontou, em declarações à Lusa, uma estimativa de cerca de 60 trabalhadores afetados, que agora a estrutura vem rever em alta.

"É cortar dois terços dos trabalhadores de uma assentada", lamentou esta sexta-feira o SJ, deixando aos afetados "uma palavra de solidariedade, um apelo a que tenham capacidade de resistência neste momento difícil e que não cedam a pressões ilegítimas" e garantindo que os acompanhará "em cada passo deste processo".

"O grupo suíço optou por uma estratégia agressiva para tentar ver-se livre de dezenas de jornalistas, procedimento que o Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena e lamenta", destacou, garantindo que "é uma ação de uma dimensão poucas vezes vista em Portugal".

Segundo o SJ, "a muitos dos jornalistas dos referidos órgãos foram apresentadas propostas inaceitáveis e que desrespeitam tudo o que, ao longo de muitos anos, os trabalhadores deram ao jornal e à comunicação social portuguesa", acrescentando que, a "pessoas que passaram mais de 30 anos na empresa, foi dado um prazo de 48 horas para uma tomada de decisão juntando-se-lhe a ameaça de uma recusa significar a entrada imediata numa lista para despedimento coletivo".

Por isso, o SJ apela ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "que intervenha para travar os sucessivos ataques à informação que grassam no país, sendo este o mais recente caso" e aos grupos parlamentares "para que condenem esta estratégia de reestruturações agressivas e ajam para que este procedimento não passe a ser prática".

O sindicato instou ainda "o grupo Ringier para que reveja a sua ação e que repense esta ofensiva contra os trabalhadores", afirmando que" este processo mais não é do que um despedimento encapotado e a contratação de trabalhadores para o lugar dos que saem não pode ser considerada legítima".

"Lamentamos que uma empresa com a dimensão do grupo suíço faça a entrada na comunicação social portuguesa desta forma violenta, com uma ofensiva desta dimensão sobre os trabalhadores", referiu.

O sindicato disse ainda que "vai enviar um pedido de acompanhamento ao Ministério do Trabalho e à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)".

Grupo Ringier não comenta plano de reestruturação

Contactado pela Lusa, o grupo Ringier reiterou que tem "em curso um processo de tomada de decisões" sobre o qual não irá "falar até que o mesmo esteja devidamente concluído".

O grupo disse ainda que tem uma "boa ligação com os seus trabalhadores e mantém, desde o início, um diálogo construtivo com o sindicato, com o qual [se] reúne frequentemente", concluindo que "está empenhado em preservar o legado de A Bola, na sua versão impressa, TV e digital, pelo que este processo representa um passo fundamental e inevitável para garantir o seu futuro e manter o estatuto de líder dos Media desportivos em Portugal".

A Ringier Sports Media Group (RSMG) anunciou em 17 de julho a conclusão da compra da Sociedade Vicra Desportiva, incluindo A Bola, e a revista AutoFoco e nomeou Felipe Montesinos Gomes diretor-geral para implementar estratégia para o digital.

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