05 set, 2023 - 08:45 • Ana Fernandes Silva com Lusa
O presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro (PS), estimou esta terça-feira que os prejuízos causados pelo incêndio que deflagrou naquele território há precisamente um mês e que afetou vários setores da economia poderão rondar os 10 milhões de euros.
À Renascença, o autarca indica que, "num primeiro levantamento e validação já feita na área do turismo, ela aponta para 2,7 milhões de euros de prejuízos". "Extrapolando para um conjunto de habitações afetadas pelo fogo, foram à volta de 50, mais o conjunto de área ardida e algumas perdas na área da agricultura, admitimos que o valor possa rondar os 10 milhões de euros", diz.
O fogo "afetou um número de atividades económicas bastante elevado" no concelho de Odemira, distrito de Beja.
Hélder Guerreiro explica que já foi feito "o levantamento daquilo que são os diferentes prejuízos de diferentes naturezas, neste momento está a ser feita a validação dos valores correspondentes".
"Só no final desta semana é que estas questões estarão mais bem consolidadas e validadas", conclui.
Em plena época alta, um turismo rural em Vale Junc(...)
Em declarações à Lusa, o autarca revelou que uma das maiores preocupações recai em "algumas habitações" onde se verificou uma "perda completa" do imóvel e, cujos moradores, "precisam de ter agora um apoio".
Os moradores afetados permanecem "em casas de amigos", mas assim que houver uma "solução para reabilitar ou reconstruir as casas", a situação passará pelo "processo de realojamento nalgumas das casas que o município tem disponíveis", acrescentou.
Também os "setores agropecuário e turístico" tiveram "um prejuízo direto bastante grande" e "foi preciso até soluções de emergência", apontou.
No que respeita à floresta, o autarca socialista revelou que é necessário avaliar os prejuízos causados pelo incêndio do passado mês de agosto, mas também o "trabalho a fazer no futuro para que o mosaico florestal seja mais resiliente e capaz de não propagar a incêndios desta dimensão".
O incêndio, que teve início no dia 5 de agosto foi dado como dominado às 10h15 do dia 9, seis dias depois de ter deflagrado numa área de mato e pinhal na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, concelho de Odemira.
O fogo chegou a entrar nos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur.
A área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.
[Notícia atualizada às 10h40 de 5 de setembro de 2023]