07 set, 2023 - 18:14 • Marta Pedreira Mixão , Anabela Góis
O epidemiologista Manuel Carmo Gomes defende que em Portugal o aumento do número de casos de Covid-19 ainda não é preocupante, mas destaca a importância da vacinação.
Manuel Carmo Gomes, que também é membro da ‘task force’ de vacinação, afirma, em declarações à Renascença, que os números de casos e de mortes subiram, mas que não há razão para alarme.
“Para já, não é muito preocupante. Tivemos um aumento a partir de um nível muito baixo de quer de notificações de casos, quer de pessoas hospitalizadas. O número de óbitos também aumentou, mas partimos de um valor muito baixo - estávamos com uma média de 3,3 óbitos por dia em junho e agora subimos até aos dez”, explica o epidemiologista.
Manuel Carmo Gomes garante ainda que as vacinas são eficazes contra as novas subvariantes.
“São subvariantes para as quais esta vacina funciona bem, porque é feita com o ascendente próximo destas subvariantes e, portanto, protege contra a infeção.”
O membro da “task force” apela ainda a que as pessoas se vacinem para que possam ter um nível de anticorpos que as proteja contra a doença.
“Na maioria, já fomos vacinados ou infetados há mais de quatro, cinco meses. Portanto, houve uma descida da concentração de anticorpos no sangue e, em paralelo, o vírus evoluiu bastante na direção de conseguir fugir aos nossos anticorpos. É importante que as pessoas se preparem tomando o reforço da vacina.”
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) alertou, esta quinta-feira, para o recente aumento da transmissão do vírus da covid-19 na União Europeia e do Espaço Económico Europeu (UE/EEE).
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doença(...)
"Nas últimas semanas, os sinais de transmissão do SARS-CoV-2 [responsável pela covid-19] aumentaram em relação aos níveis anteriormente muito baixos na UE/EEE", alerta a agência europeia, em comunicado.
Em agosto, salienta o ECDC, foram ainda notificadas deteções esporádicas de uma sub-estirpe do Ómicron que é "altamente divergente das estirpes de SARS-CoV-2", o que causa "preocupações quanto a um aumento das reinfecções se ultrapassar as variantes existentes".
O ECDC refere que as grandes concentrações de pessoas e o aumento das viagens nas férias sazonais, bem como a diminuição dos níveis de proteção imunológica contra a infeção na população, contribuem para o aumento dos indicadores epidemiológicos.
Em reação a estes dados, a ministra da Presidência afirmou, esta quinta-feira, que o Governo está a avaliar a tendência relativa a um aumento do número de casos de covid-19 em Portugal, mas adiantou que, para já, não vai tomar medidas adicionais preventivas.
A ministra da Presidência insistiu que o Ministéri(...)
Esta posição foi transmitida por Mariana Vieira da Silva no final da reunião do Conselho de Ministros, depois de questionada se o Governo admitia regressar à imposição do uso de máscaras em locais públicos fechados, designadamente em farmácias ou centros de saúde, tal como já acontece no Hospital de Santa Maria em Lisboa.
De acordo com a titular da pasta da Presidência, "neste momento, a avaliação é a de que não são necessárias medidas adicionais".
"Do ponto de vista da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), perante os números conhecidos, [a situação] mantém-se controlada. O que não significa que certos estabelecimentos não tomem decisões e que todos nós, em particular no contexto de relações com pessoas mais vulneráveis, adotemos cuidados que hoje, depois da pandemia, todos conhecemos", acrescentou.