07 set, 2023 - 18:15 • Ricardo Vieira
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A reunião desta quinta-feira entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos terminou sem acordo.
Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse aos jornalistas que a proposta de aumentos de 3,6% apresentada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, é "claramente insuficiente" e as greves são para manter no setor.
"Os médicos, que estão há cerca de 14 anos sem qualquer aumento salarial, um aumento de 3,6% não vai permitir fixar os médicos no Serviço Nacional de Saúde", declarou Roque da Cunha.
"Em vez de terem 3.800 euros líquidos, passariam a ter 3.900 euros líquidos. Naturalmente que essa circunstância vai continuar a fazer com que as pessoas saiam do SNS, com que haja menos médicos nos hospitais, nos serviços de urgência, nas consultas e nas cirurgias e vai obrigar os portugueses, para além da quantidade de impostos que pagam para o Estado, a fazerem mais seguros de saúde, mais necessidade de intervenção da ADSE", alerta o presidente do SIM.
Roque da Cunha apelo ao primeiro-ministro, António Costa, e ao ministro das Finanças, Fernando Medina, "que, junto do ministro da Saúde - não pomos em causa o seu empenho, mas que não tem sido suficiente - que criem condições para que os portugueses tenham um SNS".
"Não é possível termos um SNS tendencialmente gratuito sem investimento e não tem havido investimento", argumenta o presidente do SIM.
Os médicos da área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão estar em greve nos dias 13 e 14 de setembro, indica um pré-aviso do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Dos aumentos à dedicação plena no SNS, conheça a p(...)
Joana Bordalo e Sá, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), diz que "pouco se avançou" na reunião desta quinta-feira com o ministro da Saúde.
"Propuseram-nos um aumento de pouco mais de 3,6%, transversal para todos os médicos", o "Governo não tem bom senso", afirmou Joana Bordalo e Sá.
"Não há qualquer tipo de vontade política por parte desta equipa ministerial em tentar resolver a situação dos médicos, nem que a população consiga ter um SNS universal, acessível, de qualidade e eficiente", lamenta a presidente da FNAM.
Em relação à dedicação plena dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde, Joana Bordalo e Sá considera que as condições impostas são inaceitáveis.
"Aquelas condições que os médicos seriam obrigados a aceitar, como a alteração dos descansos depois de um médico fazer uma noite, o aumento das horas extraordinárias. Agora não são 300, mas são 250 o que é inconstitucional. O aumento da jornada diária de trabalho para o valor medieval de nove horas, o trabalho ao sábado para os médicos hospitalares que que não fazer urgência. Tudo isso se mantém", declarou.
A dirigente da FNAM diz que os protestos dos médicos vão continuar.
O conselho nacional de sábado vai decidir se a FNAM vai participar na próxima reunião com o Ministério da Saúde, marcada para terça-feira da próxima semana, adianta Joana Bordalo e Sá.
FNAM anunciou, em comunicado, que mantém a "greve nacional de dois dias para 14 e 15 de novembro, com manifestação, dia 14, às 15h00, à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa".