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Regresso às Aulas

Diretores de escolas pedem bom senso para resolver conflito entre Governo e professores

12 set, 2023 - 13:10 • André Rodrigues

O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas pede apoios para professores deslocados.

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O presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera que a falta de professores nas escolas é um problema difícil de resolver, agravado pelo ambiente de crispação entre Governo e sindicatos por causa do tempo de serviço não contabilizado.

As escolas têm até sexta-feira para dar início aos trabalhos, mas há muitos estabelecimentos de ensino ainda sem professores. Em declarações à Renascença, Filinto Lima acusa os sindicatos de "ego exacerbado" e pede bom senso às partes, num conflito em que "o que está em causa é a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias" de congelamento das carreiras.

"Faço um apelo aos sindicatos para se unirem o que não aconteceu no ano passado e pelos vistos não vai acontecer este ano. Do lado do Governo, estamos a falar em recuperação do tempo de serviço e a falar em investimento na escola pública. Eu muito gostaria que o ministério das finanças tivesse uma palavra a dizer", assinala.

Preços da habitação são "incomportáveis"


Filinto Lima reconhece que a falta de professores é um problema que afeta todo o país, também porque, por um lado, são muitos os docentes que saem para a reforma e, por outro, os jovens não se sentem motivados para a docência.

Outro grande problema é a deslocação dos professores. No caso particular das regiões Lisboa e do Algarve, muito por causa dos preços da habitação: para os docentes, é "incomportável para o magro vencimento de um professor" arrendar casa ou quarto:

"Por isso é que nós, há uns anos a esta parte, temos pedido de forma insistente aos diferentes governos que facultem apoio na deslocação e na estadia dos nossos professores. Aliás, como acontece em algumas profissões da função pública. Contudo, um professor é colocado a 300, 400, 500, 600 quilómetros de casa e não recebe mais um euro por essa deslocação. Não tem qualquer espécie de apoio para além do magro vencimento que aufere mensalmente."

No final da semana passada, as escolas tinham ainda cerca de 1.300 horários vazios. Faltam professores nas disciplinas de matemática, português, informática e ciências.

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