12 set, 2023 - 11:41 • Hugo Monteiro
A Confederação das Associações de Pais (CONFAP) classifica como "inadmissível e inconcebível" que este possa ser o quinto ano consecutivo de perturbações no trabalho nas escolas.
O ano letivo 2023/2024 arranca a partir desta terça-feira para cerca de 1,3 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano, mas muitos não terão ainda todas as disciplinas, por faltarem professores nas escolas. Já há greves anunciadas para a próxima semana. Em declarações à Renascença, a presidente da CONFAP sublinha que "não pode acontecer" novo ano letivo de greves permanentes.
Ainda assim, Mariana Carvalho diz acreditar que estão reunidas as condições para "um ano bastante mais tranquilo", até porque está a ser feito um trabalho conjunto com os sindicatos.
"Não podemos aceitar um ano como foi o ano passado, isso significaria que estaríamos no quinto ano letivo incompleto e com turbulências. Tivemos três anos de pandemia, tivemos um ano de greves e turbulências, por isso, os alunos que vão para o quinto ainda não conhecem o que é um ano letivo completo e com tranquilidade. Isto seria inadmissível e inconcebível. Também sabemos que existem outras estratégias, já conversámos com as estruturas sindicais sobre elas", refere.
Mariana Carvalho defende, ainda, a atribuições de ajudas de custo aos professores deslocados, para responder aos problemas da habitação. Num quadro de escassez de docentes, a presidente da CONFAP frisa ser "imperativo encontrar estratégias a longo prazo" para resolver o problema que volta a deixar, neste inicio do ano letivo, milhares de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina.
"Ainda não conhecemos os resultados das colocações e ainda há concursos a decorrer, mas também temos de olhar para estes números com preocupação e temos de contribuir para que sejam próximos de zero logo no início do ano letivo. De facto, todos estes professores, tendo necessidade de se deslocar, também têm de ter ajudas, nomeadamente ajudas de custo e na habitação e no transporte", assinala.
No final da semana passada, mesmo depois de terem sido colocados quase três mil docentes, as escolas tinham ainda cerca de 1.300 horários vazios. Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve são as regiões onde faltam mais docentes. Faltam professores nas disciplinas de matemática, português, informática e ciências.