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Operação Picoas

Buscas e detenções na Altice. Alexandre Fonseca exige "clarificação dos factos"

18 jul, 2023 - 15:00 • Redação

Co-CEO suspendeu funções na empresa de telecomunicações e diz-se "completamente alheio" aos crimes de fraude sob investigação.

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O ex-CEO da Altice Portugal Alexandre Fonseca confirmou esta terça-feira que suspendeu as suas funções na sequência da Operação Picoas, que investiga suspeitas de corrupção por altos cargos da empresa de telecomunicações.

Numa publicação no LinkedIn, Alexandre Fonseca informa que suspendeu as funções de co-CEO do Grupo Altice, "bem como de chairman de diferentes operações do grupo em várias geografias", garantindo ser "alheio" aos crimes sob investigação e exigindo a "clarificação dos factos".

"Decidi accionar a suspensão das minhas funções de Co-CEO do Grupo Altice, bem como de Chairman de diferentes operações do Grupo em várias geografias. Nunca abdiquei, nem abdicarei, de enfrentar as adversidades com objectividade e firmeza necessárias, pois acredito que só assim faz sentido", começa por dizer Alexandre Fonseca.

“Quero reiterar que, por ser completamente alheio ao que tem vindo a ser publicamente veiculado no âmbito do processo em curso, irei exigir a clarificação de todos os factos e, assim, proteger a minha integridade, bom nome e o meu currículo publicamente reconhecido e valorizado”, acrescenta.

Esta é a primeira reação pública do gestor à Operação Picoas, no âmbito da qual foram feitas buscas à sede da Altice e a casas de altos cargos da empresa, por suspeitas de fraude fiscal organizada, branqueamento de capitais e falsificação.

Foi durante o mandato de Alexandre Fonseca enquanto presidente executivo da Altice que terão sido feitas transações ilegais pelo cofundador da Altice, Armando Pereira, que foi detido na sexta-feira, e o seu amigo de longa data, Hernâni Vaz Antunes, que se entregou às autoridades no passado sábado.

De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, a operação desencadeada na quinta-feira, que levou a três detenções, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.

Em causa está, alegadamente, uma "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".

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