23 set, 2023 - 14:12 • Lusa
O Conselho de Administração da Cofina recomenda a venda da Cofina Media ao grupo de quadros da empresa (MBO), que inclui Cristiano Ronaldo, sendo que a decisão final será tomada em assembleia-geral (AG) extraordinária a ser convocada.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na sexta-feira à noite, a administração da Cofina considera que "pese embora a BAFO ['Best and Final Offer' - melhor oferta final] da Media Capital tenha méritos, a BAFO do MBO ['Management Buyout', aquisição feita pelos gestores] é mais vantajosa para a Cofina SGPS".
Nesse sentido, "esta última deverá ser selecionada e aceite, na presente data, através de comunicação para o efeito dirigida ao MBO, e, consequentemente, deverá ser celebrado, entre a Cofina SGPS e o MBO, o contrato de compra e venda das ações da Cofina Media, conforme minuta incluída na BAFO do MBO, cuja concretização estará sujeita à aprovação da assembleia-geral de acionistas da sociedade", lê-se no comunicado.
A administração da Cofina salienta ainda que, "sem prejuízo da decisão referida", e tendo a administração "tomado como conforme com o interesse social ambas as BAFO -- embora uma graduada em primeiro lugar e outra em segundo -- a alienação, ou não, das ações da Cofina Media a um dos potenciais compradores deverá ser sujeita a deliberação da assembleia-geral de acionistas da Cofina SGPS".
Nesse sentido, foi enviado na sexta-feira requerimento ao presidente da Mesa da assembleia-geral da empresa "para que o mesmo proceda à convocatória" da AG "com a maior brevidade possível".
Decisão surge após notícia de que Cristiano Ronald(...)
A administração da Cofina SGPS propôs que na AG seja submetida à discussão e votação dos acionistas dois pontos na ordem de trabalhos: "(a) a alienação, ou não, das ações da Cofina Media ao MBO (a qual é, no entender da administração da Cofina SGPS, a decisão que melhor prossegue o interesse social da Sociedade); e (b) em caso de não aprovação do ponto (a), a alienação, ou não, das ações da Cofina Media à Media Capital".
Neste contexto, a Cofina SGPS salienta que "convidou a Media Capital, através de comunicação dirigida à mesma na presente data [sexta-feira], a estar disponível para assinatura do contrato de compra e venda das ações da Cofina Media, conforme minuta incluída na BAFO da Media Capital, em caso de não aprovação, em sede de assembleia-geral de acionistas da Cofina SGPS, do ponto (a)", ou seja, a não venda ao MBO.
Fazem parte da proposta do MBO a equipa de gestão da Cofina Media, quadros da empresa e um conjunto de investidores, entre os quais Luís Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz, Cristiano Ronaldo, Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira, através da sociedade veículo Expressão Livre SGPS.
Em 15 de setembro, o MBO e a Media Capital, dona da TVI, apresentaram as suas propostas revistas finais, tendo o primeiro apresentado por referência um 'equity value' (o valor) da Cofina Media de 56,7 milhões de euros.
A Media Capital apresentou um 'equity value' de 54,4 milhões de euros, "o equivalente ao preço de qualquer proposta concorrente recebida pela Cofina, até às 16h30 do dia 15 de setembro de 2023, acrescido de 5%" até ao limite de 56 milhões de euros.
A Cofina SGPS refere que para efeitos da decisão de venda, ou não, das ações da Cofina Media - que detém o Correio da Manhã, a CM TV, Jornal de Negócios, entre outros títulos - analisou a contrapartida oferecida pelas ações da Cofina Media; as respetivas condições contratuais propostas; e o plano estratégico que os potenciais compradores pretendem implementar, caso venham a concluir a aquisição, para o desenvolvimento futuro do negócio.
Ambas as BAFO "vão ao encontro do interesse social da Cofina SGPS, designadamente numa perspetiva de valor acrescentado para a mesma e para os seus acionistas, pelo que as ações da Cofina Media deverão ser alienadas a um dos potenciais compradores, sem prejuízo das condições suspensivas associadas a tal alienação", contudo, a proposta do MBO "é mais vantajosa", refere a administração da Cofina SGPS.