27 set, 2023 - 11:10 • Beatriz Pereira com Lusa
Um grupo de ativistas pelo clima atirou tinta vermelha, esta quarta-feira, contra uma parede da Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde está a decorrer o evento World Aviation Festival, dedicado à aviação.
Os manifestantes interromperam uma conferência onde estava o CEO da TAP, Luís Rodrigues, e o presidente executivo da ANA, Thierry Ligonniere.
Segundo a TSF, os ativistas exibiram uma lona onde se poderia ler "eles estão a matar-nos".
Pelo menos quatro ativistas foram levados pela polícia, tendo já sido identificados pelas autoridades.
Em declarações à SIC Notícias, um dos membro do grupo Climáximo, Alice Gato, alertou que "a aviação tem de ser reduzida, as emissões de luxo tem de ser cortadas. Precisamos de banir jatos privados, iates, hotéis de luxo, residências de luxo". "Estes eventos, estes criminosos não podem passar em branco”, disse ainda.
No Instagram do movimento, os manifestantes partilharam a mensagem: "Pintámos a fachada do World Aviation Festival, onde estão reunidos os maiores criminosos do século. É a vez de eles pagarem, cabe a nós travá-los".
Em comunicado, a Climáximo adianta que estiveram envolvidos jovens ligados a esta organização e à Scientist Rebellion, que chegaram cerca das 10:00 à FIL, pintaram de vermelho as paredes daquele espaço e exibiram uma faixa com a mensagem “Eles estão a matar-nos”.
Entretanto, um outro grupo interrompeu uma conferência sobre o futuro da indústria da aviação na qual estavam presentes executivos de diversas companhias aéreas, entre as quais a TAP, acusando-os de serem responsáveis por “milhares de mortes e de despejos provocados pela crise climática todos os anos”.
“As empresas, os governos e os ultra-ricos estão, deliberadamente, a matar e a despejar dezenas de milhares de pessoas por todo o mundo. Eles sabem o que estão a fazer, e mesmo assim não vão parar de queimar combustíveis fósseis, voar nos seus jatos privados, construir mais hotéis e planear mais aeroportos”, afirmou Inês Teles, ativista da Climáximo.
A nota divulgada pela Climáximo revelou ainda que cinco ativistas foram identificados no local pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
Fonte oficial desta força de segurança esclareceu à Lusa que três pessoas foram identificadas no exterior do recinto, após libertarem a tinta vermelha, e outras duas foram identificadas no interior, onde se encontravam com tarjas e um megafone.
Após a identificação dos jovens pelas autoridades, o evento prosseguiu.
O incidente acontece um dia depois do ministro do Ambiente Duarte Cordeiro ter sido atacado com tinta verde num evento sobre transição energética, na abertura da CNN Portugal Summit, em Lisboa.
Em declarações aos jornalistas, Alice Gato explica que tratam-se de protestos feitos por organizações diferentes. O protesto desta quarta-feira é do movimento Climáximo, enquanto o de terça-feira foi levado a cabo pela Greve Climática Estudantil.
[atualizado às 12h20]