26 set, 2023 - 09:00 • Redação
A despesa do Estado com medicamentos subiu, na primeira metade do ano, 12% face ao ano passado.
Os dados são do Infarmed - Autoridade do Medicamento e são avançados pelo Jornal de Notícias esta terça-feira. O crescimento da despesa foi de 12,3%.
No total, os hospitais gastaram 993 milhões em fármacos, uma subida de 109 milhões de euros. Já para as farmácias, o custo foi de 790 milhões, o que representa mais 27 milhões de euros do que em 2022. A despesa das famílias com medicamentos cresceu 6,6%, ou seja, mais 26,5 milhões.
Há um ano, o ministro da saúde Manuel Pizarro considerava “insustentável” para a despesa pública o aumento de 10% em gastos com medicamentos.
Ao Jornal de Notícias, o economista em saúde Pedro Pita Barros explica que 2/3 (dois terços) do crescimento da despesa para os utentes resultam do aumento do consumo em medicamentos, enquanto 1/3 (um terço) está relacionado com a subida dos preços dos fármacos.
Segundo o relatório de junho da Infarmed, a despesa com medicamentos em farmácias comunitárias subiu para o utente e o SNS. Em medicamentos comparticipados, o SNS gastou mais 3,5% e o utente mais 6,5% face ao mesmo período de 2022.
Pela primeira vez, a quota de genéricos ultrapassou os 50% da quantidade de medicamentos dispensados, representando 64,7% das vendas no mercado concorrencial. Esta análise considerou apenas os medicamentos que têm genéricos.
Na edição desta terça-feira, o Jornal de Notícias categorizou que 32,6% dos gastos com fármacos é para tratar de "outras doenças" - representando a maioria da despesa -, seguido de medicamentos para doenças oncológias, com 31.9%. A nível hospitalar, a oncologia, o VIH e a medicação para doenças autoimunes, como a artrite reumatoide, representam 52% da despesa com medicação. Estas despesas referem-se apenas aos hospitais do serviço nacional de saúde.
O Jornal de Notícias questionou o gabinete de Manuel Pizarro sobre as medidas tomadas para reduzir a fatura com medicamentos, mas não obteve resposta em tempo útil.