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Investigadora pede atenção a trajetórias de vida para prevenir situações de sem-abrigo

29 set, 2023 - 15:06 • Lusa

A investigadora do Observatório Europeu sobre as Pessoas em Situação de Sem Abrigo defende que é preciso "ir encontrando soluções, trabalhando com as pessoas no sentido de prevenir, de interromper estas trajetórias" e revertê-las.

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Uma investigadora do Observatório Europeu sobre as Pessoas em Situação de Sem Abrigo defendeu, esta sexta-feira, a necessidade de dar atenção às trajetórias de vida que possam conduzir à exclusão social, para evitar chegar a situações de emergência.

Segundo Isabel Batista, é preciso estar atento e "ir encontrando soluções, trabalhando com as pessoas no sentido de prevenir, de interromper estas trajetórias" e revertê-las.

"Quando nós descuramos estas trajetórias e nos focamos apenas nas situações extremas, naqueles momentos já mais extremos, isto tem consequências a nível da intervenção, porque, quando estamos numa fase muito extrema dessa trajetória, aí, necessariamente, a resposta será mais vocacionada para a emergência", notou.

A investigadora falava durante o encontro nacional da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo (ENPISSA), que esta sexta-feira decorre na Universidade do Algarve, em Faro, e que conta com a intervenção do Presidente da República.

Reconhecendo ter havido alguns progressos importantes nos últimos anos, Isabel Batista considera que é preciso transformar os compromissos em ação e em resultados, uma vez que a realidade atual "não é muito favorável", devido à quantidade de famílias europeias sobrecarregadas com os custos da habitação.

Para a investigadora, é preciso, por um lado, reduzir a dependência do apoio de alojamento temporário e aumentar respostas no apoio residencial, e por outro, em situações de emergência, evitar que pessoas que perderam suporte habitacional acabem na rua sem uma oferta adequada de imediato.

Isabel Batista sublinhou que há um primeiro nível de prevenção que tem de ser de natureza estrutural, passando por reforçar políticas, havendo um segundo nível para identificar situações de risco, como a saída da prisão, instituições de acolhimento ou após estadias longas em instituições de saúde.

Segundo a investigadora, não tem havido grande enfoque na investigação a nível da prevenção e esta funciona melhor quando faz parte das estratégias integradas, seja a nível local, regional ou nacional.

"Há ganhos relevantes quando atuamos a nível da prevenção, não só a nível individual, como dos próprios sistemas e instituições", enfatizou, acrescentando que é fundamental estabelecer canais de informação e de partilha de informação entre as organizações.

Sob o lema "Prevenir é Intervir", na iniciativa serão apresentados, durante a tarde, os projetos-piloto na área da prevenção dos Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA) do Algarve (Albufeira, Faro, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão Tavira e Vila Real de Santo António), de Almada, do Barreiro, de Leira e do Projeto Legos.

Na iniciativa foi também feito o balanço da ENIPSSA 2017-2023 e o lançamento das bases para o futuro da próxima estratégia.

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