01 out, 2023 - 21:20 • Lusa
A Câmara do Porto anunciou este domingo que não vai avançar com o projeto do parque de estacionamento no Largo de Cadouços, na Foz Velha, e apontou como razões "dificuldades técnicas com elevados custos" e a vontade da população.
Em resposta à agência Lusa, a autarquia confirmou que não vai avançar com o projeto "neste curto espaço de tempo".
Na quinta-feira, durante a Assembleia de Freguesia de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, o presidente Tiago Mayan avançou que "o parque de Cadouços não se irá realizar pelo menos no contexto deste mandato".
Segundo a autarquia, na origem da decisão estiveram as "dificuldades técnicas na execução" do projeto, que remonta a 2017, e a vontade da população.
"A Câmara do Porto está em permanência a avaliar as possibilidades de aumentar a dotação de estacionamento nas diversas zonas da cidade. Esta zona, em particular, tem restrições significativas, tratando-se de uma zona consolidada, histórica e protegida patrimonialmente com uma classificação", acrescentou.
Em dezembro do ano passado, durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou a importância da construção daquele parque de estacionamento, mas disse não estar "disponível para dramas".
O autarca, que respondia então a uma questão levantada pelo eleito da CDU Rui Sá sobre a intenção, anunciada em outubro de 2020, de avançar com a construção de um parque de estacionamento no Largo de Cadouços, afirmou que a infraestrutura seria "importante" para os moradores que vivem na envolvência, mas também para os comerciantes da Senhora da Luz.
"Nós não vamos fazer dramas. Pelos vistos criou-se um movimento para não se fazer o parque. Agora vão é ter de explicar aos comerciantes da Senhora da Luz que não querem o parque. Há lutas que não vale a pena ter", acrescentou.
Em outubro de 2020, a Câmara do Porto revelou estar a estudar a possibilidade de lançar um concurso único para construção e concessão de um novo parque de estacionamento no Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles, vulgo Largo de Cadouços.
A construção do parque de estacionamento foi contestada por um grupo de moradores que, numa petição, condenaram a ameaça ao património histórico.
Inicialmente o projeto previa uma capacidade instalada de cerca de 200 lugares, número que, entretanto, foi revisto para metade.
Questionada pela Lusa, a Câmara do Porto recusou à época a ideia de que a construção do parque punha em causa o jardim, salientando que, pelo contrário, estava prevista a "sua recuperação arquitetónica e paisagística".
A autarquia explicou ainda que foi a dinâmica da Mobilidade na Cidade, nomeadamente na zona ocidental, que levou à ponderação sobre qual seria a tipologia mais indicada para este parque, tendo-se concluído pela redução da sua capacidade para cerca de 100 lugares, e um funcionamento exclusivo para avenças de moradores e comerciantes, retirando-se a componente de rotação.