30 set, 2023 - 15:44 • Lusa
Milhares de pessoas começaram a juntar-se, em Lisboa, Porto e noutras duas dezenas de cidades em todo o país, para o protesto pelo direito à habitação e pela justiça climática.
Pelas 15h00, centenas de manifestantes começaram a juntar-se e na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, aproveitando as poucas sombras disponíveis, munidos com faixas, tambores, bandeiras e casas de cartão. Com o passar dos minutos, passaram a ser milhares.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, marca presença no protesto, em Lisboa, e pede medidas determinadas para resolver a crise na habitação.
“A única forma de combater” o problema “é ter medidas determinadas, é controlar as rendas, é proibir a venda de casas a não residentes, é ter medidas que façam com que os bancos desçam os juros e que esse esforço venha dos lucros dos bancos e não de todos os contribuintes”, defende Mariana Mortágua.
“Temos idosos a serem despejados, temos a vida adiada de gerações e gerações de portugueses que não conseguem aceder à habitação. Temos imigrantes que vivem em situações precárias em beliches, em regime de cama quente”, denuncia a líder do BE.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, também marcou presença no protesto para exigir o direito à habitação e denunciar os lucros da banca à custa da subida das taxas de juro dos créditos à habitação.
“Estão aqui milhares e milhares de pessoas a reivindicar o direito à habitação, do qual nenhum de nós pode prescindir. A exigir o direito e também a denunciar o escândalo que é enquanto nós estamos todos apertados a banca consegue acumular lucros de 11 milhões por dia”, declarou Paulo Raimundo.
Durante a manifestação em Lisboa, a montra de uma imobiliária foi vandalizada.
As plataformas Casa para Viver e "Their Time to Pay" promovem, este sábado, um conjunto de manifestações pelo direito à habitação e pela justiça climática.
"Lutamos pelo direito à habitação e por permanecer nos espaços, por uma vida digna para todas as pessoas e por medidas que travem a crise climática. Estas são duas lutas contra o capital, que coloca a especulação e o lucro acima da vida", lê-se na informação difundida pelas duas plataformas.
Os protestos começaram esta manhã no Barreiro, Beja, Évora, Portalegre e Tavira.
Da parte da tarde, além de Lisboa, estão agendadas manifestações no Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.