01 out, 2023 - 19:59 • André Rodrigues , com redação
A Ordem dos Médicos (OM) pede uma reunião urgente com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro. O bastonário alerta que há 25 hospitais com urgências fortemente condicionados, perante a recusa de muitos profissionais de saúde de não fazerem horas extraordinárias além das 150 previstas por ano.
Há doentes que podem ficar sem serviço de urgência já a partir desta semana, alerta o bastonário da OM, Carlos Cortes, em declarações à Renascença,
Carlos Cortes diz que há mais de 25 hospitais com as urgências fortemente condicionadas, por haver cada vez mais médicos a recusar prestar serviço para além das 150 horas extra estipuladas por lei.
Se nada for feito para resolver o problema, o bastonário antecipa um cenário que classifica como “catastrófico” para muitos milhares de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ainda por cima com a aproximação do inverno.
“O SNS não pode estar dependente das oito milhões (...)
“Não podemos esquecer que nos próximos meses vai haver um aumento da afluência à urgência por causa das infeções respiratórias. Estamos a ver que mais de 25 hospitais vão ter ruturas durante o mês de outubro, em várias áreas na resposta urgente, como medicina interna, cirurgia ou pediatria”, alerta o bastonário.
“Ao dia de hoje, a informação que nos chegou é que hospitais como Santarém, Guarda, Chaves, Barcelos, Viana do Castelo, não vão conseguir dar resposta e, nas próximas semanas, vai haver cada vez mais médicos a apresentar a sua recusa em trabalhar de uma forma completamente insegura”, sublinha.
Por causa desta situação, a Ordem dos Médicos já pediu uma reunião ao ministro da Saúde, um encontro que deverá acontecer nos próximos dias.
“É preciso investir nos profissionais de saúde, porque sem médicos não se vai conseguir valorizar o Serviço Nacional de Saúde”
Carlos Cortes tenciona apresentar proposta ao ministro da Saúde, numa reunião que poderá ter lugar esta semana.
“Posso desde já pedir ao senhor ministro para levar ao mais alto nível dentro do Governo, porque neste momento a situação que estamos a viver no país pode vir a ter contornos catastróficos”, afirma o bastonário.
[notícia atualizada às 19h59]