29 set, 2023 - 15:30 • Redação
Várias cidades do país voltam, este sábado, a ser palco de novas manifestações pelo direito à habitação. Desta vez, há protestos marcados em 20 cidades, um número superior ao das primeiras manifestações, que tiveram lugar em sete cidades a 1 de abril.
O protesto nacional acontece num ano marcado pela crise no acesso à habitação, que é "um direito fundamental", como sublinham as Comissões Justiça e Paz.
O coletivo Casa Para Viver, que está a organizar os eventos nas diferentes cidades, publicou esta sexta-feira, em carta aberta publicada no seu website, as reivindicações na base dos protestos, entre eles o fim dos despejos, a fixação do valor das rendas e a revisão de licenças para Alojamento Local.
Também associada à causa destacam a crise climática, juntando à lista medidas como a adoção de energia renovável descentralizada e transportes públicos gratuitos.
Segundo Casa Para Viver, o encontro está confirmado para sábado nas seguintes cidades:
A habitação tem-se destacado como uma preocupação em Portugal, o que levou o Governo a eleger Marina Sola Gonçalves como ministra da habitação em janeiro e a criar o criticado Pacote Mais Habitação.
Em menos de um ano, a prestação da casa subiu 67% devido ao aumento das taxas de juro, e o preço das casas cresceu duas vezes mais do que o rendimento das famílias.
Os jovens têm sido o grupo mais afetado, mostrando dificuldades em arrendar face aos preços da habitação e, por isso, a conseguir a sua independência. Dados recentes mostram que Portugal é o país da União Europeia onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais.
No programa A Hora da Verdade, a investigadora e ativista do Movimento Vida Justa acusa o Governo de "não ter coragem de regular o mercado da Habitação", criando "medidas sem efeito” prático na vida dos portugueses.