03 out, 2023 - 09:32 • Beatriz Pereira , João Cunha
Um grupo de ativistas do movimento Climáximo cortou, esta terça-feira, a estrada na 2ª Circular, em Lisboa, depois de se sentarem perto dos escritórios da Galp, junto às Torres de Lisboa. A ação aconteceu perto das 9h00, hora de ponta numa das estradas mais movimentadas de Lisboa.
Os manifestantes do clima seguravam cartazes de apelo ao fim dos combustíveis fósseis.
Os ativistas interromperam o trânsito, tendo sido retirados fisicamente da estrada pelos condutores, que os arrastaram para a berma. Na altura, pelo menos um dos automobilistas que se viu impedido de circular agrediu uma das jovens, abrindo passagem.
Dois ativistas estiveram depois pendurados por cordas junto ao acesso pedonal, com uma lona onde se podia ler "o Governo e as empresas declararam guerra à sociedade e ao planeta".
Segundo um ativista do movimento, em declarações à CNN, os jovens que estiveram pendurados não estavam em segurança.
A PSP esteve no local, no sentido Benfica-Aeroporto, onde o trânsito esteve condicionado, com a circulação a acontecer apenas numa via.
Para além de agentes da PSP, ao local acorreram também Equipas de Prevenção e Reação Imediata da Policia de Segurança Pública e elementos da Unidade Especial de Policia.
O regimento de Sapadores Bombeiros também fez deslocar para o local várias equipas e viaturas, entre elas uma com um grande colchão insuflável para eventualmente amparar a queda dos dois jovens. Contudo, foi uma autoescada que permitiu aceder em altura aos jovens e retirá-los do local.
Segundo um comunicado enviado às redações, que cita o porta-voz na ação, Noah Zino, "as emissões de 2021 condenaram à morte 9 milhões de pessoas. A cada dois dias, só as emissões de Portugal matam mais do que os incêndios de Pedrógão. Há décadas que os governos e as empresas sabem da destruição e morte da crise climática, e escolheram continuar a queimar combustíveis fósseis, apesar de haver alternativas mais baratas e seguras disponíveis".
Outra ativista no local alerta para os "atos de guerra, as cheias que mataram milhares de pessoas e arrasaram cidades este setembro, os 8 milhões de deslocados no Paquistão, e dezenas de milhares massacrados todos os anos com as ondas de calor na Europa. Cada fogo, furacão ou seca é uma bomba largada sobre nós pela indústria fóssil e os governos que a subsidiam".
"Estamos em 1937, mas desta vez tu podes escolher se cooperas com a construção e funcionamento de projetos de morte. Os governos e empresas fósseis declararam guerra à sociedade. Sabendo o que sabes, o que vais fazer?", apela o coletivo.
A ação ocorre depois de, na última semana, ativistas climáticos terem atacado ministro do Ambiente Duarte Cordeiro, com tinta verde, durante conferência em Lisboa e dias depois, terem atirado tinta vermelha num evento na FIL, dedicado à aviação.
[Notícia atualizada às 12h40]