06 out, 2023 - 17:06 • Alexandre Abrantes Neves , com redação
Os administradores hospitalares da região de Lisboa e Vale do Tejo reúnem-se no sábado com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa altura em que várias unidades sofrem constrangimentos devido à recusa de muitos médicos em fazerem mais horas extraordinárias. A entidade liderada por Fernando Araújo adianta que vai também reunir-se com hospitais de outros pontos do país.
A informação da reunião com os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo foi avançada à Renascença pelo presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto.
O presidente da APAH diz que o objetivo da reunião de sábado é "melhorar a organização, definir uma rede de resposta transitória enquanto este problema perdurar e dar informação aos cidadãos".
O responsável sublinha que "será sempre uma resposta deficitária porque, em alguns casos, os doentes terão de percorrer alguns quilómetros e isso pode não ser adequado em cada caso clínico".
Xavier Barreto espera que seja possível "acelerar a negociação com os sindicatos médicos para chegar muito rapidamente a um consenso entre as partes, que permita resolver o problema pelo menos até ao final do ano".
O presidente da APAH defende a criação de equipas exclusivamente dedicadas aos serviços de urgência.
A reunião entre administradores hospitalares da região de Lisboa e Vale do Tejo e a Direção Executiva do SNS é conhecida no dia em que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, anunciou que vai deixar de receber doentes "sem razões clínicas" no Serviço de Urgência, mas vai continuar a receber doentes "urgentes e emergentes" encaminhados por outros hospitais ou pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
O diretor do Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, João Gouveia, declarou, em conferência de imprensa, que "todos os doentes de outros hospitais, de outras áreas, que não venham referenciados de outros hospitais ou do CODU, não vão ser atendidos neste hospital, porque nós não temos capacidade para conseguir garantir que os doentes que necessitam de nós vão ser atendidos".