06 out, 2023 - 19:04 • Alexandre Abrantes Neves , Ricardo Vieira
A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai reunir-se no sábado com administrações de hospitais de várias regiões do país, numa altura em que os médicos recusam fazer mais horas extraordinárias.
A informação foi avançada à Renascença pela entidade liderada por Fernando Araújo.
“Amanhã existirão múltiplas reuniões ao longo do dia, com os hospitais das várias regiões, de forma a serem avaliadas as condições de funcionamento dos serviços de urgência em todo o país”, refere a Direção Executiva, em resposta por escrito a questões colocadas pela Renascença.
O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, tinha referido anteriormente que a Direção Executiva do SNS se iria reunir no sábado com os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo.
Números provisórios da ACSS indicam que o Serviço (...)
Em declarações à Renascença, Xavier Barreto diz que o objetivo é melhorar a "coordenação entre os diferentes hospitais" para acautelar as "dificuldades que vão ter nos próximos dias".
Xavier Barreto espera que seja possível "acelerar a negociação com os sindicatos médicos para chegar muito rapidamente a um consenso entre as partes, que permita resolver o problema pelo menos até ao final do ano".
A reunião entre administradores hospitalares e a Direção Executiva do SNS é conhecida no dia em que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, anunciou que vai deixar de receber doentes "sem razões clínicas" no Serviço de Urgência, mas vai continuar a receber doentes "urgentes e emergentes" encaminhados por outros hospitais ou pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
O diretor do Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, João Gouveia, declarou, em conferência de imprensa, que "todos os doentes de outros hospitais, de outras áreas, que não venham referenciados de outros hospitais ou do CODU, não vão ser atendidos neste hospital, porque nós não temos capacidade para conseguir garantir que os doentes que necessitam de nós vão ser atendidos".