13 out, 2023 - 12:49 • Maria João Costa
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O quadro “Femme dans un fauteuil”, de Pablo Picasso, foi esta sexta-feira manhã atacado com tinta vermelha no Museu do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. Ao que a Renascença apurou dois jovens ativistas lançaram a tinta contra a tela, um dos quadros mais valiosos do acervo.
Comprado por Joe Berardo, em 1998, o quadro está avaliado em 18 milhões de euros. É uma das peças mais valiosas do espólio constituído pelo comendador e que está agora nas mãos do Estado.
Fonte do CCB adianta à Renascença que a PSP foi chamada ao local. O museu esteve temporariamente fechado (e já reabriu) para que as autoridades tomem conta da ocorrência. Segundo a mesma fonte, o quadro está protegido por um acrílico.
As imagens partilhadas pelos ativistas do coletivo Climáximo mostram dois jovens com as mãos coladas à parede cinzenta onde está o quadro que ficou totalmente manchado de tinta.
Os responsáveis pela conservação do espólio irão agora analisar o estado da tela. O quadro “Femme dans un fauteuil” apresenta uma figura piramidal. Data de 1929 e terá sido mostrada em público, pela primeira vez, em Paris em 1932.
O quadro foi responsável pela consagração norte-americana de Picasso em 1939, no âmbito de uma exposição dedicada a Picasso no MoMA de Nova Iorque.
Em comunicado enviado à Renascença, a Climáximo afirma que "os ativistas denunciam a crise climática, uma guerra declarada às pessoas, conscientemente, por governos e grandes empresas emissoras".
"As instituições culpadas pelo colapso climático declararam guerra às pessoas e ao planeta. Temos de parar de aceitar esta normalidade" indica Sara, que esteve presente na ação, citada no comunicado.
A associação sublinha que a obra de Picasso "encontra-se coberta por um vidro protetor, não tendo sido diretamente atingida".
“Femme dans un fauteuil” é um dos três quadros de Pablo Picasso em coleções portuguesas.
Esta é a mais recente ação dos ativistas pelo ambiente, que nas últimas semanas atacaram o ministro do Ambiente com tinta verde durante uma entrevista.
Também atiraram tinta vermelha contra a fachada da FIL, partiram vidros da sede da REN, cortaram a Segunda Circular e outras estradas em Lisboa e, na quinta-feira, taparam os buracos de um campo de golfe.