14 out, 2023 - 21:53 • Lusa
Vinte pessoas receberam apoio psicológico na sequência dos incêndios na Madeira, desde quarta-feira até às 18:00 de hoje, e 71 tiveram assistência médica, indicou o secretário da Saúde e Proteção Civil, referindo que três fogos continuam ativos.
"A equipa de psicólogos do Sesaram [Serviço de Saúde da Madeira] mantém-se em contacto com as equipas municipais e já deu apoio a 20 pessoas, todos do concelho da Calheta [zona oeste]", disse Pedro Ramos, em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, na qual apresentou o ponto da situação dos incêndios que assolam a zona oeste e costa norte da Madeira.
Às 20:00, estavam ativos três fogos, mobilizando um total de 197 operacionais, nos concelhos da Calheta, em fase de controlo, Ribeira Brava e Câmara de Lobos, onde a situação é mais complexa, embora não ameace casas.
O incêndio na Ribeira Brava, que depois alastrou a Câmara de Lobos, municípios localizados na zona oeste, deflagrou esta noite e lavra em áreas florestais.
O fogo no Porto Moniz, na costa norte, está em fase de rescaldo.
"Todos os corpos de bombeiros da Madeira estão envolvidos no combate aos fogos de forma contínua desde o dia 09 de outubro", disse Pedro Ramos, adiantando que também participam nas operações elementos das Forças Armadas, do Comando Operacional da Madeira, da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana, da Polícia Florestal, da Cruz Vermelha, do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, das autarquias, dos serviços municipais de proteção civil e de empresas privadas que disponibilizaram camiões cisterna e outros apoios. .
O secretário da Saúde e Proteção Civil atualizou para 71 o número de pessoas que recebeu assistência médica devido aos incêndios, das quais sete foram encaminhadas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, mas nenhuma em estado grave.
Pelo menos seis habitações foram danificadas pelos fogos e há quatro pessoas desalojadas, a ficar em casa de familiares, nas freguesias da Ponta do Pargo e da Fajã de Ovelha, no concelho da Calheta, o mais afetado pelos incêndios que deflagraram na quarta-feira.
A rede móvel já foi restabelecida nas áreas afetadas, exceto no sítio dos Lamaceiros, no Porto Moniz, e a eletricidade foi reposta nas 400 habitações que se encontram sem energia desde quinta-feira. .
Um total de 117 criadores de gado já recebeu apoio das autoridades em alimentação para 555 animais, sendo que decorre o levantamento dos prejuízos ao nível dos terrenos agrícolas.
Pedro Ramos apelou à população para evitar deslocações às áreas afetadas pelos incêndios no domingo, advertindo que a as temperaturas vão manter-se muito elevadas no arquipélago nas próximas 48 horas, com previsão de aumento da intensidade do vento.
O suspeito de ter ateado o incêndio florestal no concelho da Calheta, detido pela Polícia Judiciária em flagrante delito na sexta-feira, foi hoje ouvido em tribunal e ficou em prisão preventiva, uma medida de coação substituída por internamento numa instituição de saúde mental.
O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios e ativou o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil por um período de cinco dias, até segunda-feira.
O arquipélago da Madeira encontra-se sob aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus. A situação vai prolongar-se pelo menos até às 23:00 de domingo.