24 out, 2023 - 07:29 • Daniela Espírito Santo com Redação
O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, avisa que o mês de novembro vai ser "dramático" se não houver acordo entre médicos e Governo.
Em entrevista ao jornal Público, Fernando Araújo alerta para um agravamento da situação nos hospitais: "Novembro vai ser extremamente complexo. Vai ser o pior mês, eventualmente, nestes 44 anos do SNS, se nada se alterar", assegura, apesar de ter a "expectativa" de que haja um acordo entre Governo e sindicatos médicos.
O diretor-executivo do SNS falou, igualmente, sobre aquele que poderá ser um cenário em Portugal dentro de pouco tempo: o de apenas se poder aceder às urgências após referência de um médico ou por indicação da Linha SNS24.
Para Fernando Araújo, este quadro é legal desde que haja "capacidade de dar uma resposta alternativa".
"Não se pode dizer ao doente que não pode ser atendido, mas sim que tem uma consulta agendada no dia seguinte no centro de saúde, no seu médico de família ou até no hospital".
"Estamos a trabalhar na questão jurídica", adianta Araújo, falando de uma "mudança cultural significativa" e de uma "revisão do SNS24", acompanhada de uma nova "capacidade de atendimento" nos cuidados de saúde primários.
Para além disso, Fernando Araújo adianta também que a reorganização do mapa das urgências "vai avançar até ao final do ano".
Pelo meio, Fernando Araújo faz, ainda, um apelo aos médicos para que reclamem direitos, sim, mas "de uma forma que seja eticamente irrepreensível".
"Faço um apelo aos médicos, até mais do que aos sindicatos. É importante mostrar o desagrado, negociar com o Governo, mas há limites quando isso impacta na vida das pessoas."