25 out, 2023 - 12:38 • Lusa
O ministro das Finanças, Fernando Medina, alertou esta quarta-feira que a elevada incerteza geopolítica, agravada pelo conflito entre Israel e o Hamas, irá condicionar os desenvolvimentos económicos e decisões políticas do próximo ano.
Fernando Medina falava esta quarta-feira no congresso anual da Ordem dos Economistas, intitulado "Portugal e os desafios do presente: o papel dos economistas e gestores", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O governante apontou as condicionantes externas que pesaram no desenvolvimento da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que classificou como fatores que não se controlam e que "muito influenciarão o ano de 2024 e o campo das escolhas políticas" onde o Governo terá de se orientar.
Entres estes destacou "a elevada incerteza geopolítica, adensada nas últimas semanas pelo conflito do Médio Oriente".
Orçamento do Estado
Ministro das Finanças reconhece, contudo, que há “(...)
"A única certeza ao dia de hoje é que não sabemos se o caminho será de contenção do conflito ou, pelo contrário, o seu alastramento à região", sublinhou, destacando como consequência "mais direta" tornar "absolutamente inútil" todo o enquadramento económico que traçou.
Entre os outros fatores externos destacou um abrandamento na economia europeia, incluindo de alguns dos parceiros comerciais de Portugal, a queda de inflação poder ser pressionada pelos desenvolvimentos geopolíticos e as taxas de juro elevadas.
Contudo, considerou que é preciso associar à envolvente externa aquelas que são as resistências e resiliências da economia.
Entre estas apontou a estabilidade política e social, em 2024 o país se aproximar da velocidade de cruzeiro associada à execução de Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a "força" do mercado de trabalho, do setor exportador e a crescente credibilidade financeira do país.
A proposta do OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.