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Câmara de Lisboa diz que família despejada em Arroios recusou todas as soluções apresentadas

26 out, 2023 - 19:59 • Lusa

Segundo a associação Habita, esta família tem rendimentos totais de cerca de 1.200 euros e procurou nos últimos anos acesso a uma casa no mercado habitacional, mas também junto da Câmara e da Santa Casa da Misericórdia, sem sucesso.

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A Câmara Municipal de Lisboa assegurou hoje que deu várias alternativas habitacionais à família, constituída por um casal e um idoso dependente, despejada na quarta-feira em Arroios, mas que todas as soluções apresentadas "foram recusadas".

Em causa está o despejo, decretado pelo tribunal, de Carlos Almeida, de Alcina Lourenço e do pai desta, de 89 anos, que se movimenta numa cadeira de rodas, que viviam há vários anos num T4 na zona de Arroios.

Segundo Carlos Almeida, Alcina tinha cerca de 7 anos quando foi viver com o seu pai, para essa casa, com contrato de arrendamento em nome de uma tia que a ajudou a criar, mas que entretanto faleceu, tendo o senhorio ignorado tentativas de novo contrato e ajustamento do valor da renda.

Segundo a associação Habita, esta família tem rendimentos totais de cerca de 1.200 euros e procurou nos últimos anos acesso a uma casa no mercado habitacional, mas também junto da Câmara e da Santa Casa da Misericórdia, sem sucesso.

No seguimento da ação de despejo, ocorrido na manhã de quarta-feira, vários ativistas, que defendem o direito à habitação, dirigiram-se ao Ministério da Habitação para exigir uma solução habitacional para esta família.

Já hoje à tarde, os grupos ativistas dirigiram-se à Câmara Municipal de Lisboa (CML) para exigir uma reunião com a vereadora da Habitação, Filipa Roseta, sem sucesso, segundo disse à agência Lusa Ana Gago, da associação Habita.

"Fomos recebidos por um batalhão da polícia de choque. Ninguém se dignou a receber-nos. Ainda não sabemos como nos organizar e ajudar esta família", referiu a ativista, insistindo que nenhuma entidade apresentou uma "solução habitacional digna".

Contudo, num esclarecimento enviado esta tarde à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Lisboa assegurou que foram apresentadas várias alternativas habitacionais à família, mas que todas elas "foram recusadas".

De acordo com a autarquia presida pelo social-democrata Carlos Moedas, a família recusou uma proposta de apoio ao arrendamento no âmbito do Fundo de Emergência Social e Recuperação de Lisboa, um apoio ao arrendamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e um alojamento temporário num apartamento do Serviço Municipal da Proteção Civil (T1 com quatro camas).

Inicialmente, a família terá recusado também uma solução apresentada pela SCML para a integração do idoso numa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI).

"A autarquia procedeu, igualmente, a esclarecimentos completos a esta família sobre programas habitacionais da CML, em particular o Programa Renda Acessível e o Subsídio Municipal de Arrendamento Acessível, para os quais é elegível, aos quais nunca concorreu e a que continuam sem concorrer", indica a autarquia lisboeta.

Ainda segundo a Câmara de Lisboa, "face à recusa de todas as soluções, foi apresentada hoje pela SCML uma solução de emergência de acolhimento de todos os membros da família numa pensão na Amadora", continuando "à disposição a habitação disponibilizada pela Proteção Civil da CML (T1 com quatro camas), na qual pode entrar de imediato".

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  • Realidade
    31 out, 2023 é feia mas é assim 16:26
    - Então recusam 3 opções por falta de condições?!?! Pelas imagens que constam nas redes sociais das ditas "associações" Habita e Stop Despejos, sinceramente, qualquer coisa é melhor que aquela casa... - Ora querem então obrigar um idoso a viver naquelas condições, recusando que vá para um lar, recusando que se separe da santa família? Pelo que me parece, não querem perder a pensão do idoso, mal ele saia de casa, ficam sem a pensão. Portanto na cabeça desta gente toda, mais vale ficar com a pensão e obrigar o idoso a viver naquelas condições miseráveis do t4. (será considerado maus tratos? a SS e Protecção Civil têm condições para decidir o destino do idoso nestas situações, porque não obrigaram a ir para um lar?!)
  • Inchem
    26 out, 2023 oportunistas 21:27
    É o que se calculava: os tipos queriam era continuar num T3 - 4 casas assoalhadas - no Centro de Lisboa, de preferência a pagar os tais 29€ e para isso contavam com a manipulação das pessoas - "coitadinho do velhinho em cadeirinha de rodas" - ou com a mobilização dos tipos que aparecem sempre nestas ocasiões: Habita e stop despejos - aqueles que acham que os senhorios devem "dar" as casas para as pessoas e ainda pagar impostos por isso. No caminho atiraram pela janela pelo menos 3 soluções que a camara lhes deu. Foi muito mais do que dão ao comum dos mortais, rechaçados para barracos na periferia e a ter de guiar 3 h dia só para chegarem ao emprego e no final do dia, voltar ao barraco. Só estão na rua, porque querem. Quem dera a muita gente que a câmara lhes oferecesse as opções que ofereceu a estes tipos

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